Para recuperar as perdas de vendas, a catarinense Cia. Hering decidiu relançar sua linha de moda jovem, a DZARM. Entre as principais mudanças estão a abertura de lojas próprias, o fim das coleções masculinas e a concentração em grandes centros. Adquirida da concorrente M.Officer em 1998, a marca está presente em 3.500 pontos de venda pelo Brasil. No entanto, ao longo dos últimos tempos, a DZARM vem perdendo importância no faturamento da Cia. Hering, caindo de 7,1%, em 2009, para 5,3%, em 2014. Para recuperar as receitas, a Cia.Hering testou várias estratégias, sem sucesso. Segundo Edson Amaro, diretor de marcas da Cia. Hering, a DZARM não foi franqueada, como ocorreu com outras marcas do grupo, mas isso deve ser feito agora. “Vínhamos estruturando esse plano há algum tempo”, diz. No terceiro trimestre de 2014, a empresa de Blumenau conseguiu aumentar seu lucro em 21,7%, para R$ 70,9 milhões, revertendo o ritmo de queda do primeiro e segundo trimestres. No ano, as ações da Hering caem 5,7%.

Palavra do analista: 
Celson Plácido, da XP Investimentos, diz que a Cia. Hering precisa melhorar seus resultados e a reformulação da dzarm é um primeiro passo. “A Hering vem de uma longa reestruturação e ainda tem problemas com os franqueados que, em momentos turbulentos, tornam a empresa mais frágil.”

Siderurgia

Gerdau recompra ações

Para aproveitar a queda de ações, que recuaram 45,4% em 2014 e mais 5,1% em 2015, a siderúrgica Gerdau, comandada por André Gerdau Johannpeter, anunciou, na segunda-feira 19, a recompra de 30 milhões de papéis preferenciais, 3,4% do montante em circulação. Itaú, Bradesco e Merrill Lynch vão intermediar a operação. Segundo Karina Freitas, da Concórdia Corretora, apesar da queda, Gerdau é um dos papéis de siderúrgicas menos penalizados na bolsa.

Touro x Urso

O pacote de estímulos à economia anunciado pelo Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira 22, que já vinha sendo antecipado pelo mercado acionário, sustentou uma recuperação do Índice Bovespa. A queda em 2015, que chegara a 5,8%, suavizou-se para 2,4%, graças às ações dos bancos.

Imóveis

Crédito avança pouco

O crédito imobiliário deve ampliar-se 5%, em 2015, para R$ 119 bilhões, diz Octavio de Lazari Júnior, presidente da Abecip, que representa o setor. “As construtoras voltaram a comprar terrenos com permuta e devem reduzir os lançamentos.” O impacto nas ações é visível. Das 16 companhias listadas, apenas a Brookfield subiu. Avançou 39,1% em 2014 devido ao fechamento de capital. Em 2015, só João Fortes e Trisul subiram. Respectivamente, 11,2% e 3%.

Aviação

Gol busca captar R$ 70 bilhões

A Gol mudará sua estrutura acionária para poder captar dinheiro no mercado. A companhia aérea anunciou, na quarta-feira 21, que vai desdobrar suas ações ordinárias na proporção de 1 para 35, elevando o número de 143,9 milhões para 5,2 bilhões, e podendo emitir mais ações preferenciais. Para compensar, cada ação preferencial terá direito a dividendos 35 vezes maiores. A expectativa é poder captar até R$ 70 bilhões. “Teremos mais oportunidades no mercado”, disse o CEO Paulo Kakinoff. Com a notícia, as ações recuaram 0,31% na quinta-feira 22. Mario Bernardes Junior, analista do BB, diz que a operação é necessária. “A Gol está com um nível alto de alavancagem e precisará de capital para renovar sua frota.”

Frigoríficos

Sob nova direção, Marfrig foi o filé de 2014

O economista Sérgio Rial deixou a presidência do Marfrig, após um ano no posto. Durante sua gestão, a empresa brilhou. A receita líquida passou de R$ 4,8 bilhões para R$ 5,2 bilhões, o Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) saltou de R$ 197 milhões para R$ 253 milhões, e a margem de Ebitda cresceu de 9,5% para 10,2%, no período. Na bolsa, a empresa também chamou a atenção: suas ações subiram 52,5%, dando uma posição de destaque no índice de Small Caps, o SMAL11, que chegou a render 20%, puxado pelos papéis da empresa. Martin Secco Arias, que até então ocupava o cargo de presidente da Marfrig Beef Cone Sul, assumirá o lugar de Rial, em fevereiro.

Mercado em números

MRV
R$ 6 bilhões - 
É o total de vendas realizadas pela companhia em 2014, crescimento de 17,9% em relação a 2013. Em número de unidades, as vendas cresceram 7,5% para 41.325.

BM&FBOVESPA
R$ 2,18 bilhões –
 Representa o volume do exercício de contratos de opções sobre ações, na segunda-feira 19, dos quais R$ 1,4 bilhão em opções de venda e R$ 683 milhões em opções de compra.

RODOBENS
R$ 689 milhões - 
Foi o valor dos lançamentos da empresa de negócios imobiliários em 2014. Queda de 14,4% em relação ao ano de 2013.

MRS LOGÍSTICA
R$ 500 milhões –
 É o total da oferta de distribuição pública de debêntures que já está sendo realizada pela empresa de logística, que deve ocorrer em um prazo de até seis meses ou até 31 de março deste ano.

HRT
30 mil –
 É a quantidade de barris diários produzidos nos campos de Bijupirá e Salema, na Bacia de Campos. Ambos foram comprados pela petroleira na terça-feira 20.