Vendas globais de US$ 1 bilhão. Este foi o balanço dos primeiros dois anos de Cialis no mercado de disfunção erétil, apresentado pela fabricante Lilly Icos na Bolsa de Valores de Londres, no último dia 21. O medicamento já é líder na França, África do Sul, Coréia e Arábia Saudita. No Brasil, ficou com a quarta posição entre os remédios mais vendidos do País em junho, atrás do Tylenol (J&J), do rival Viagra (Pfizer) e do Dorflex (Sanofi-Aventis). Agora, a Lilly promete tirar do principal concorrente a liderança mundial de vendas. A estratégia é se aproximar de seus maiores aliados: os médicos. ?Nosso diferencial é o fato de o efeito do Cialis ser de 36 horas. Mas precisamos incentivar o tratamento da disfunção erétil e ampliar nossa participação?, diz John Bamforth, diretor mundial de marketing do Cialis.

Espaço não falta para o crescimento de medicamentos para dificuldade de ereção. De acordo com a IMS Health, auditoria que analisa a indústria farmacêutica mundial, há cerca de 160 milhões de homens com o problema, sendo que apenas 15% se tratam. Ou seja, 85% dos potenciais consumidores de Cialis, Viagra e Levitra (Bayer) ainda não foram conquistados. De 1998 a 2003, a única opção era a pílula azul da Pfizer. ?Agora, os médicos têm mais opções e receitam mais Cialis que Viagra?, explica Brian Smith, pesquisador da Cranfield School of Management, de Londres. Por aqui, pesquisa da Close-Up, empresa que monitora as prescrições feitas no País, mostra que 46,8% das receitas de urologistas para disfunção erétil são de Cialis (30,5% foram para o Viagra e 22,7% para o Levitra). E a tendência é que o número aumente. ?Além de fortalecer a comunicação com os médicos, promovemos congressos que levam os pacientes a procurar ajuda?, afirma Antonio Alas, diretor da Lilly no País. A estratégia funciona: em junho, o Cialis conseguiu 39,4% do mercado brasileiro contra 45,5% do Viagra.