25/08/2017 - 16:25
Ciclones como Harvey, que nesta sexta-feira dirigia-se ao Texas, são depressões que, em contato com mares quentes crescem até se tornar tempestades devastadoras quando alcançam a costa e o interior.
Com ventos de até 160 km/h, Harvey tem por enquanto categoria 2 na escala de Saffir-Simpson, que vai até 5, e pode passar a 3 (ventos superiores a 200 km/h) quando o ciclone chegar ao continente americano no sábado por volta da 01H00 local (03h00 de Brasília).
Em 2005, o Katrina (categoria 3) devastou Nova Orleans e deixou 1.800 mortos em Luisiana e nos estados vizinhos.
– Origem –
Ciclone é o termo genérico para designar as depressões circulares denominadas “tufão” no oceano Índico e no Pacífico, e “furacão” no Caribe.
A escala Saffir-Simpson utilizada no Atlântico Norte eleva uma tempestade ao estado de ciclone quando os ventos superam is 118 km/h.
Os ciclones se formam unicamente nos mares quentes e devem se reunir várias condições: água com temperatura superior a 26ºC, concentração suficiente de umidade e perturbação que provoque redemoinhos.
Em contato com o oceano, o ar fica muito quente e se eleva acima do nível do mar, o que provoca uma queda da pressão atmosférica, formando uma espiral de ar mais fresco no centro da depressão.
Este ar instável, carregado de vapor d’água, gera a formação de nuvens, produzindo-se uma atividade de tormentas, cuja intensidade aumenta proporcionalmente ao calor e à umidade.
A força do efeito Coriolis, produzido pela rotação terrestre, contribui para imprimir ao ciclone seu movimento circular, oposto ao dos ponteiros do relógio no hemisfério norte, e o inverso no sul.
– Chuvas, ventos, ondulações –
Deslocando-se a uma velocidade de 20 a mais de 30 km/h, estas perturbações tropicais, com diâmetro entre 300 metros e 1.000 km, podem durar uma semana e percorrer milhares de quilômetros.
O ciclone começa a se dissipar assim que tocar terra e percorrer águas mais frias, ficando, assim, privado de sua fonte de calor.
Ao redor do “olho” do furacão, massas de nuvens provocam chuvas torrenciais e ventos muito fortes. O ciclone gera, ainda, uma ondulação de até 1.000 km, o que produz uma elevação do nível do mar. Com Harvey, poderia ser de 1 a 4 metros.
– Mudanças climáticas –
Os modelos informáticos que simulam o clima do século XXI estimam que os ciclones poderiam ganhar intensidade e ao mesmo tempo ser menos frequentes no conjunto do planeta.
Desde 1970, constatou-se um aumento da frequência dos ciclones no Atlântico Norte. Mas como a atividade ciclônica desta região segue ciclos que se estendem por várias décadas, é impossível saber se se trata de uma variação natural ou resultante das mudanças climáticas.
Alguns estudos apontam que no futuro os ciclones do Atlântico Norte poderiam deslocar-se do mar do Caribe e do golfo do México para a costa leste dos Estados Unidos, algo ainda a confirmar.