Por Devika Krishna Kumar

NOVA ORLEANS (Reuters) – Comunidades arrasadas do sul do Estado norte-americano da Louisiana ainda estavam avaliando os danos da tempestade Ida nesta quinta-feira, mas as águas das inundações ainda não baixaram em muitos locais quatro dias depois de o furacão deixar milhões de casas e estabelecimentos sem eletricidade.

O furacão de categoria 4 chegou ao continente nas ilhas de barreira e nas terras pantanosas onde muitas cidades pequenas são difíceis de alcançar, mesmo sem ruas obstruídas por árvores e linhas de transmissão derrubadas e destroços espalhados por rajadas de vento que chegaram a 276 quilômetros por hora.

O pólo petrolífero marítimo crucial de Port Fourchon estava diretamente no trajeto da tempestade e isolado dos barcos de suprimento, dos combustíveis e dos serviços de transporte aéreo, o que prejudica as operações no Golfo do México, responsável por cerca de 16% da produção de petróleo dos EUA.

Cerca de 600 mil pessoas estavam sem água e outras 400 mil foram aconselhadas a ferver a água das torneiras antes de bebê-la, disse o governador da Louisiana, John Bel Edwards. Ao menos seis mortes foram relatadas.

O Ida devastou Grand Isle, uma cidade pequena de 740 habitantes na extremidade do Golfo do México onde autoridades disseram que virtualmente todas as estruturas sofreram danos e cerca de 40% foram destruídas. Cerca de um metro de areia cobriu a ilha, tornando-a inabitável.

“Somos uma comunidade destroçada neste momento. Não temos eletricidade. Não temos comunicação. Não temos gás ou água e os sistemas de esgoto estão muito frágeis”, disse a presidente da paróquia de Jefferson, Cynthia Lee Sheng, em uma coletiva de imprensa depois de sobrevoar Grand Isle e o resto do caminho do Ida na quarta-feira.

Bairros devastados pareciam “uma pilha pequena de palitos de fósforo”, disse Lee Sheng.

O deputado Steve Scalise, cujo distrito foi o mais abalado pela tempestade e que esteve com Lee Sheng no sobrevoo, relatou ter visto grandes embarcações marinhas e docas secas deslocadas.

O presidente norte-americano, Joe Biden, deve avaliar a destruição em pessoa na sexta-feira, quando Edwards disse que lhe apresentará uma lista longa de necessidades.

“Precisamos de toda ajuda que pudermos ter”, disse o governador.

Filas longas se formaram diante dos poucos locais vendendo gasolina ou distribuindo suprimentos de emergência.

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES

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