17/06/2022 - 18:59
Devido a uma intensa seca que atinge o norte do país, 170 municípios da região de Piemonte proibiram qualquer uso que não seja para alimentação.Cerca de 170 cidades da região de Piemonte, no norte da Itália, limitaram o uso da água apenas para consumo alimentar, anunciou nesta sexta-feira (17/06) o governador local, Alberto Cirio, diante da grave seca que atinge a área, a pior em 70 anos.
“No momento, a situação está sob controle no que diz respeito ao uso civil da água potável, mas temos um estado de emergência muito grave na agricultura”, afirmou.
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Em Piemonte, 170 municípios aprovaram decretos sobre o “uso responsável da água potável”, proibindo qualquer uso que não seja para alimentação. Na província de Novara, 10 cidades cortaram o abastecimento durante a noite.
Na comuna de Turim, que abriga a capital da região, há 80 localidades que limitaram o consumo de água e três que tiveram que recorrer a caminhões-tanque.
A região de Piemonte já enviou a Roma o pedido de declaração de estado de emergência, assim como sua vizinha Lombardia, ambas abastecidas pelo rio Pó, o maior do país.
Perdas na agricultura
A Confederação Italiana de Agricultores (CIA) advertiu que a região da bacia do Pó corre o risco de perder metade da produção agrícola e apelou ao governo para que tome medidas como turnos para irrigação e melhorias na infraestrutura hidrológica.
A CIA estima perdas de 1 bilhão de euros. Se não chover nessas regiões aos pés dos Alpes nas próximas semanas, serão perdidos legumes e frutas, como tomate e melancia, reduzindo a oferta no mercado de 30% ou 40%.
A seca também afetará o cultivo de milho e soja em um momento em que o mundo já enfrenta problemas no abastecimento de cereais devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, ambos grandes exportadores mundiais de grãos.
Para a Autoridade Nacional da Bacia do Pó (ABDPo), a região vive a pior seca das últimas sete décadas devido à falta de neve e de chuvas, o que praticamente esvaziou o rio em vários pontos.
Apesar de ser a região mais afetada, o problema não se limita apenas ao norte, mas se espalha “rapidamente” para o centro e o sul do país, segundo o observatório de recursos hidrológicos da ANBI.
le (EFE, ANSA, ots)