Papéis avulsos

Em um ano ruim para o mercado de renda variável, 16 ações brasileiras figuraram no ranking das 20 mais rentáveis da América Latina. A vencedora, segundo estudo da consultoria Economática, foi a Cielo, com 51,1% de alta no ano até 26 de dezembro. O ranking é formado principalmente por companhias com boa geração de caixa e pagamento de dividendos.

 

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Rômulo de Mello Dias, presidente da Cielo: o melhor papel da AL.

 

“Os investidores buscaram empresas com perfil defensivo, como as de telefonia e de energia, que independem do mercado externo para gerar caixa”, diz William Castro Alves, analista da Corretora XP. Outro segmento de destaque no ano é o varejo, por ser voltado ao consumo interno. “A Hering cresceu acima da média”, afirma Alves.  O estudo analisou 1.280 ações, com volume diário acima de US$ 10 milhões, que integram bolsas da América Latina. 

 

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Destaque no pregão


Cruzeiro do Sul compra Prosper de olho no Leão

 

O Banco Cruzeiro do Sul comprou 88,7% do banco Prosper, da família Peixoto de Castro, por R$ 55 milhões. Com a aquisição, o Cruzeiro do Sul poderá tirar proveito de R$ 75 milhões em créditos tributários do Prosper, disse Luis Octavio Indio da Costa, presidente do banco paulista, em teleconferência. O Prosper amarga prejuízo acumulado de R$ 190 milhões e precisará de uma injeção de R$ 100 milhões para voltar a operar.

 

Palavra de analista: Segundo Felipe Prata, gestor da Nest Investimentos, o cenário para os bancos de médio porte será difícil nos próximos meses devido ao aumento da concorrência. 

 

 

 

 

Touro x Urso

 

O ano chegou ao fim e não deixará saudade. As ações foram, em média, a pior das aplicações. Até o dia 27 de dezembro, o Índice Bovespa caiu 16,3%. A baixa se deu por conta da área de commodities, com ações importantes como a Vale, e pelo temor com a saúde financeira dos bancos europeus. 

 

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Quem vem lá


Autometal acelera captação

 

Os acionistas da Autometal, indústria de autopeças com atuação no Brasil e no México, aprovaram a emissão de R$ 250 milhões em debêntures simples (não conversíveis em ações), no dia 21 de dezembro. O rendimento prometido pela empresa é de juros correspondentes a 100% da variação dos Certificados de Depósito Interfinanceiros (CDIs), acrescida de até 1,6% ao ano. 

 

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Fique de Olho:  Os recursos obtidos com a emissão serão destinados à restruturação da dívida da Autometal. De acordo com o balanço financeiro da empresa, o endividamento bruto no terceiro trimestre era de R$ 567,4 milhões, causado pela variação cambial, e o custo médio da dívida, levando em consideração as operações de hedge, era de 10,9% ao ano. 

 

 

 

 

Quem vem lá


Marisol desiste de desfilar no pregão

 

A GFV Participações, controladora da fabricante de roupas infantis Marisol, entrou com pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para realizar uma oferta pública de aquisição (OPA). O preço proposto pelo controlador é de R$ 3,05 por ação preferencial ou ordinária. A OPA será destinada à totalidade das ações em circulação, que representam 60% do capital social da empresa. Se aprovada pelo valor proposto, a operação movimentará R$ 205 milhões. 

 

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Bancos


Banrisul compra Bem-Vindo

 

O Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) comprou 49,9% do capital da carioca Bem-Vindo Promotora de Vendas e Serviços, especializada na distribuição de crédito consignado. O desembolso do banco será de R$ 45 milhões. A MatoneInvest Holding, da família gaúcha Matone, ficará com o restante das ações, tornando-se sócia do Banrisul. 

 

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Mercado em números

 

Petrobras 

 

R$ 2,6 bilhões - É o valor a ser pago pela petrolífera em juros sobre o capital próprio para os acionistas. O valor bruto será de R$ 0,20 por ação, ordinária e preferencial, com base nas posições de 2 de janeiro. 

 

 

Tecnisa 

 

R$ 50 milhões - Foi o valor de venda da fração de um terreno na zona oeste de São Paulo, para a BV Empreendimentos, do grupo Votorantim. 

 

 

Eucatex 

 

R$ 22,45 milhões  - É o valor total que será pago aos acionistas em forma de juros sobre o capital próprio. O montante corresponde a R$ 0,23 por ação ordinária e R$ 0,25 por preferencial, com base nas posições de 23 de dezembro.  

 

 

Neoenergia  

 

R$ 5 milhões - Serão investidos pela companhia na implantação de painéis de energia solar em Fernando de Noronha. 

 

 

CCR  

US$ 194 milhões - É o valor que a empresa de concessões deve pagar por participações acionárias nos aeroportos de Quito, no Equador; de San Jose, na Costa Rica; e em Curaçao. 

 

 

 

 

Pelo mundo


Fim da parceria entre Samsung e Sony  

 

A Samsung anunciou a compra dos 50% da Sony na joint venture que as duas companhias formaram, em 2004, para produzir tevês e painéis de LCD. O acordo prevê o pagamento de US$ 938,8 milhões por parte da fabricante sul-coreana. Na segunda feira 26, dia do anúncio da negociação, as ações da Samsung caíram 0,19% e as da Sony subiram 1,6%

 

 

 

Sears fechará 120 lojas 

 

O grupo americano Sears vai fechar entre 100 e 120 lojas das bandeiras Kmart e Sears nos EUA. A companhia pretende gerar até US$ 170 milhões de caixa. No balanço do terceiro trimestre, a companhia anunciou prejuízo de US$ 421 milhões. Na terça-feira 27, dia da divulgação da informação, as ações da Sears caíram 23,62%.

 

 

 

Carrefour vende 97 supermercados  

 

A rede Carrefour vendeu 97 supermercados  na França para a gestora de propriedades La Française, por e 365 milhões. A rede francesa informou na terça-feira 27 que as unidades vendidas continuarão operando sob a marca Carrefour mediante contratos de aluguel. As ações da rede subiram 0,21%.

 

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Personagem


Renar quer mudar a mordida

 

No dia 22 de dezembro, as ações da Renar Maçãs caíram para R$ 0,21, o menor nível desde a abertura de capital em 2005. Um ano antes, os papéis da produtora de frutas de Santa Catarina valiam R$ 0,65. O revés nas cotações é espelho do prejuízo de R$ 7,6 milhões e do aumento do endividamento desde 2008, que soma R$ 87,4 milhões. Henrique Roloff, diretor de relações com investidores, há seis meses no cargo, conversou com a DINHEIRO.

 

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Roloff, diretor de RI: alongando as dívidas

 

Por que as cotações despencaram?

É um reflexo do resultado que a empresa apresentou nos últimos anos. Mas estamos nos reestruturando. Fizemos acordos com credores para alongar as dívidas. Até então, mais de 50% delas venciam em três anos e passaram a dez anos. Também entendemos que o preço das ações está muito abaixo do que a empresa vale. Afinal, temos 5.900 hectares de terras nas melhores áreas de cultivo de maçãs do Brasil, uma estrutura industrial pesada e tecnologia avançada.

 

E como tornar a empresa rentável?

Devemos fazer um leilão de ações em 2012 para melhorar o caixa. Além disso, pretendemos criar valor para a maçã in natura, lançando marcas diferentes e produtos premium. Isso deve acontecer no segundo semestre, quando também começam as exportações para a Europa. 

 

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Exportar para uma Europa em crise?

Como nosso volume de vendas para lá é pequeno e a Europa vive uma entressafra de frutas, não seremos atingidos pela crise. Esperamos exportar 10% da produção para Itália, França e Holanda. 

 

Quais são as ações previstas para o médio prazo?

Queremos acrescentar outras frutas de caroço, como manga e pêssego, no nosso mix. Com isso, poderemos intercalar as safras para sermos rentáveis o ano todo. Também pretendemos melhorar as negociações com os entrepostos de distribuição e com as redes de supermercados. Hoje, cerca de 98% dos nossos clientes pagam os fretes. Quando melhorarmos nossas relações comerciais, teremos condições de contratar nós mesmos os fretes e  melhorar nossa margem de lucro. Também pretendemos acrescentar sucos e derivados de frutas em nosso portfólio, mas em escala pequena. 

 

 

Colaboraram: Fernanda Pressinott e Fernando Teixeira