A Cielo, controlada por Bradesco e Banco do Brasil, propôs aos reguladores do mercado de cartões a criação de um índice para medir o custo efetivo total (CET) das maquininhas. O anúncio, feito por meio de material publicitário publicado nos jornais desta sexta-feira, 3, visa a somar todas as despesas que os varejistas e empreendedores têm para aceitar transações com cartões em seus negócios, incluindo a compra ou aluguel do terminal (POS, na sigla em inglês), as taxas de desconto cobradas por transações (MDR, na sigla em inglês) e ainda o preço para antecipar os recebíveis de cada estabelecimento.

“A Cielo lança hoje um movimento para criar um indicador que apresente com clareza o custo efetivo total (CET) praticado na nossa indústria, como feito no crédito do setor bancário. Conversas com órgãos reguladores do mercado já começaram”, diz em anúncio intitulado “Compromisso Cielo”.

A falta de transparência nas ofertas feitas no setor de maquininhas se tornou uma das principais queixas do setor varejista. Representantes defendem uma comunicação mais clara e com as regras do jogo bem definidas em um mercado cuja concorrência disparou em meio a entrada de novos players nos últimos anos.

No setor bancário, o movimento de inclusão do custo efetivo total ocorreu em 2007 por meio da resolução 3.517, do Banco Central. Na época, conforme fontes, a implementação do CET na concessão de crédito foi bem aceita à medida que trouxe mais transparência para os consumidores do quanto pesava no bolso um determinado empréstimo, incluindo os juros, tarifas e seguros cobrados pelas instituições financeiras.

A Cielo afirma ainda que defende “total transparência” no setor de maquininhas para que a disputa ocorra no preço final pago pelos comerciantes que aceitam transações com cartões. “Acreditamos que a transparência acabará de vez com pegadinhas, asteriscos, letras miúdas e condições impossíveis de serem cumpridas”, acrescenta a número um do setor de maquininhas.

Por fim, a companhia diz que é a favor do recebimento rápido por parte dos comerciantes tanto no crédito à vista como no parcelado, ou seja, em dois dias (D+2) e não nos tradicionais 30 dias (D+30), atualmente praticados no Brasil, único mercado que opera neste formato. Segundo o comunicado, a Cielo já adota tal prática desde 2016.