Uma equipe de cientistas da USP desenvolveu uma pele artificial que pode ajudar em testes de cosméticos e medicamentos. As descobertas foram publicadas na revista científica Bioprinting. Para produzir essa tecnologia, os pesquisadores contaram com bioengenharia, e a ideia é que essa pele possa substituir o controverso uso de animais.

Os cientistas explicam que se trata de um tecido humano, semelhante à pele natural, que gerou resultados satisfatórios a testes de segurança e eficácia de compostos bioativos. O grupo se concentrou em verificar a morfologia tecidual, que deve conter, na epiderme, toda a estrutura estratificada em quatro camadas: basal, espinhosa, granulosa e córnea.

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Ou seja: na prática, a pele reconstruída in vitro deve apresentar as mesmas funções da nossa, que conta com uma barreira seletiva contra o meio externo, protegendo de estressores químicos, como poluição, produtos tópicos aplicados, ou mesmo físicos, como radiação solar.

O grupo também conduziu experimentos para verificar a capacidade de suportar a permeação de detergentes que causam irritação. O último teste de validação foi aplicar topicamente substâncias químicas irritantes, como ácidos, ou não irritantes, como soluções fisiológicas.

Nesse estudo, os resultados indicaram que as peles bioimpressas podem ser utilizadas para testes de irritação in vitro. No entanto, os pesquisadores destacam que é preciso ter cautela na utilização das bioimpressoras, porque dependendo do sistema escolhido, pode haver alteração da resposta celular nesses testes e indicar maior inflamação, por exemplo.

Os próximos passos dos pesquisadores é criar modelos mais complexos, com as três camadas (epiderme, derme e hipoderme) e células representativas da pele humana, aproximando mais o modelo da realidade.