17/02/2017 - 17:13
Cientistas da Universidade de Harvard (Estados Unidos) anunciaram um projeto, já em andamento, que tem o objetivo de “ressuscitar” o mamute, extinto há cerca de 4 mil anos, em uma nova versão híbrida.
Utilizando engenharia genética avançada, os pesquisadores pretendem obter, dentro de dois anos, um embrião híbrido no qual diversas características do mamute lanoso (Mammuthus primigenius) serão programadas em um elefante asiático.
O anúncio foi feito no encontro anual da Associação Americana para o Avanço das Ciências (AAAS, na sigla em inglês), realizada em Boston (Estados Unidos) nesta semana.
“Nosso objetivo é produzir um embrião híbrido de elefante e mamute. Na realidade, será mais precisamente um elefante com certo número de características do mamute. Ainda não chegamos lá, mas poderá acontecer dentro de dois anos”, disse o líder da pesquisa, George Church, ao jornal britânico The Guardian.
O “mamofante”, como os cientistas apelidaram a criatura projetada, seria em parte um elefante, mas terá alguns traços típicos do animal extinto, como orelhas pequenas, espessa camada de gordura subcutânea, pelo longo e grosso, além de sangue adaptado às baixas temperaturas.
Segundo os cientistas, para enxertar os genes do mamute no código genético do elefante será usada a ferramenta Crispr, uma poderosa tecnologia de edição do genoma. Por enquanto, a pesquisa está no estágio de experimentos celulares, mas os cientistas dizem já estar se aproximando da criação de embriões. Depois disso, segundo Church, a criação de “mamofantes” vivos ainda levará vários anos.
“Estamos trabalhando para desenvolver maneiras de avaliar o impacto dessas edições genéticas e tentando estabelecer a embriogênese (processo de formação do embrião) no laboratório”, afirmou Church.
Segundo o pesquisador, essas modificações poderão ajudar a preservar o elefante asiático – que está ameaçado de extinção – em uma nova forma. Além disso, Church acredita que a adaptação do novo animal à tundra pode ajudar a mitigar o derretimento das geleiras no Ártico. “Eles impedem o descongelamento da tundra, ao fazer buracos na neve, permitindo que o ar frio entre em seu interior”, afirmou.