O Natal pode ser a época mais maravilhosa do ano para muitos, mas é também um período marcado pelo consumo excessivo. No Reino Unido, por exemplo, uma família de classe média gasta em dezembro em torno de 700 libras (cerca de R$ 4.500) a mais em comparação a outros meses.

Com o aumento do consumo, cresce também a quantidade de lixo. Nos Estados Unidos, o lixo doméstico aumenta cerca de 25% durante o período do Natal.

As embalagens plásticas, por exemplo, quando não são devidamente descartadas podem parar em rios, lagos e oceanos. E as sobras da ceia de Natal acabam apodrecendo em aterros sanitários, o que contribui para a emissão de gases de efeito estufa. Estima-se que o lixo orgânico represente de 8 a 10% das emissões anuais de gases de efeito estufa.

6 tipos de presentes de Natal que vão além do objeto (e podem ser mais baratos)

A boa notícia é que há muitos truques para deixar o Natal mais ecologicamente correto.

Presentes usados ou feitos a mão

Dar e receber presentes é uma das características do Natal. Mas é possível driblar a pressão do consumo presenteando de forma sustentável.

Pense bem no que comprar, dê preferência a itens produzidos localmente, e feitos a partir de materiais sustentáveis ou reciclados. Além disso, tente garantir que seus presentes sejam duráveis e reutilizáveis, e não itens que só podem ser usados poucas vezes e depois descartados.

Doar presentes que não agradaram é outra opção. Uma pesquisa de mercado da empresa britânica YouGov revelou que 57% das pessoas no Reino Unido receberam pelo menos um presente indesejado no Natal, mas a maioria achou aceitável passar o item para frente.

De acordo com um estudo de 2020 divulgado na revista científica Nature, objetos feitos por seres humanos já superam todos os seres vivos da Terra. Portanto, em vez de contribuir para o aumento dessa estatística, opte por comprar em lojas vintage ou brechós, onde é possível encontrar itens valiosos e exclusivos.

Para quem tem habilidades manuais, há diversos guias na internet de como fazer presentes criativos: de álbuns de fotos a conservas caseiras. E para os menos inclinados à arte, há a possibilidade de surpreender o presenteado com ingressos de shows, peças de teatro ou outros eventos.

Reduzir o desperdício

Para evitar que as latas de lixo transbordem durante o Natal, evite presentes com excesso de embalagem, reduza o uso de plástico e tenha cuidado ao embrulhar os presentes.

Para se ter uma ideia, cerca de 50 mil árvores são derrubadas anualmente para fazer os mais de 365 mil quilômetros de papel de embrulho usados no Reino Unido a cada ano. E embora seja bonito, o papel decorado com laços, itens de plástico ou purpurina não são recicláveis e acabam em aterros sanitários.

Para saber se o papel de embrulho é reciclável, basta amassá-lo em forma de bola. Se permanecer amassado, ele pode ser reciclado.

Também é possível evitar o desperdício reaproveitando papel de embrulho antigo ou embalando com jornal velho. As sacolas de pano reutilizáveis são uma boa alternativa.

Uma ceia de Natal “verde”

O Natal pode se tornar uma das piores épocas em relação ao desperdício de alimentos. Cerca de 61% das 931 milhões de toneladas de alimentos desperdiçados em 2019 vieram do consumo doméstico.

Um bom planejamento das refeições natalinas é econômico ao bolso e ao meio ambiente. Usar uma calculadora de porções pode ajudar, assim como encontrar boas receitas de sobras de Natal.

Tornar-se vegetariano – ou melhor ainda, vegano – é a melhor maneira de reduzir as emissões de carbono da ceia de Natal. Embora a produção avícola tenha uma pegada de CO2 menor do que a dos vilões do carbono, as produções bovina e ovina, ainda assim é maior que a pegada ecológica de leguminosas e vegetais.

Há diversas receitas vegetarianas deliciosas a apenas um clique de distância. Mas para aqueles que não conseguem imaginar uma refeição sem carne, também é possível contribuir para o meio ambiente ao reduzir a quantidade consumida e comprar de produtores locais e de fazendas que criem animais ao ar livre.

O mesmo vale para compras vegetarianas. Opte por produtos cultivados na sua cidade ou região e que sejam alimentos da estação, o que reduz o transporte e outras etapas de consumo que possam gerar emissões de CO2.

Uma dica para reduzir as emissões do próprio transporte é compartilhar o carro com um amigo ou vizinho na hora de fazer compras. Para quem mora perto o suficiente do supermercado, feira ou produtor local, quem sabe seja a hora de investir num carrinho de compras e fazer o mercado a pé.

Decorações ecológicas

No Hemisfério Norte, os enfeites e luzes de Natal servem não apenas para decorar, mas também para dar uma sensação de aconchego durante o inverno.

Lâmpadas de LED são a alternativa ecológica às velhas lâmpadas incandescentes. Além de mais eficientes em termos de energia, são mais seguras, duráveis e devem manter os dias de Natal igualmente iluminados.

E ao invés de comprar novas decorações de Natal todo ano, reaproveite as antigas. Criar novos itens natalinos a partir de outros objetos pode ser uma boa oportunidade para se divertir com a família, amigos ou até mesmo sozinho.

Mas se não conseguir escapar da compra de novos itens de decoração, procure evitar o plástico e optar por decorações de segunda mão ou feitas de materiais reciclados ou ecológicos.

Mentira ou verdade? O grande debate sobre a árvore de Natal

Finalmente, a árvore de Natal. É melhor ser verdadeira ou falsa? De acordo com o WWF, só faz sentido comprar uma árvore falsa se ela for usada por pelo menos 10 anos. Afinal, elas são feitas de plástico, um derivado do petróleo, e não podem ser recicladas.

Quem se decidir pelo pinheirinho verdadeiro, o WWF aconselha comprá-lo de uma floresta certificada pelo FSC e garantir que a madeira seja reutilizada após o Natal.

Também existem outras alternativas, como serviços de aluguel de pinheiros de Natal. As árvores vêm em vasos e após o Natal são devolvidas e plantadas em outro local. Ou, quem quiser ser realmente criativo, pode comprar alguns galhos de abeto ou fazer uma “árvore” com uma escada ou uma pilha de livros.