03/09/2021 - 13:08
A máxima “o colaborador é o nosso principal ativo” pode parecer retórica dos gestores. Contudo, ela faz sentido nas culturas empresariais fortes e que privilegiam o comportamento de quem ajuda de maneira generosa, genuína e com senso crítico. Tal postura é cativante, multiplicadora e apaixonante. Ela torna as companhias ainda melhores.
O apoio aos colegas de trabalho, sem medo de “promover” o outro, mas procurando fazer acontecer pelo bem da empresa agrega valor ao “Juntos somos mais fortes!”. Oras, juntos significa um complementar o outro por um objetivo comum!
O livro Dar e receber, publicado em 2013 pelo pesquisador, professor e psicólogo organizacional americano Adam Grant, nos desperta para quatro modelos de profissionais: o doador, o adaptável, o pronoia e o paranoia ou o tomador.
O profissional doador carrega consigo: “O que eu posso fazer por você?”. Vale a pena ter essa cultura na organização. Ela gera maior envolvimento e foco no propósito da companhia:
1 – O profissional doador é colaborativo. Age sem falsas pretensas, de forma agregadora e não abusiva, elevando produtividade e diversidade, com contribuições criativas;
2 – Ele desperta nos colegas a coragem por pedidos de ajuda! É bobagem a perfeição, o medo de parecer incompetente. É preciso se arriscar, focar na solução. Omissão não entra nesse contexto;
3 – O profissional doador participa de debates francos, traz o que ninguém quer ouvir, mas que tem toda razão de ser. É humildade, dedicado, quer crescer, contribui com avaliações críticas e feedbacks construtivos. Compartilha orientação e conhecimento, além de ser mão na massa;
4 – Ele é verdadeiro, resiliente e persistente, e nem por isso abre mão da ambição natural no dia a dia de trabalho, a ser recompensada mais cedo ou mais tarde pela meritocracia, com naturalidade;
5 – O profissional doador torna o clima organizacional mais amigável, reforça o senso de time e de orgulho e pertencimento. Isola aquele que puxa o saco das chefias e pisa nos demais. Aff!
Ué, “não é mais forte ou mais inteligente que sobrevive, mas sim quem melhor se adapta”? Não seria essa a postura recomendável? O profissional adaptável busca o equilíbrio entre doar e tomar. Na linha do “Faça algo por mim que eu faço por você”. O ponto é: a mudança de comportamento é verdadeira, se sustenta e vai além das atribuições individuais?
Já o pronoia constrói na mente um universo de autodesqualificação, por insegurança. Como se alguém estivesse tramando por suas costas. Fica em dúvida se é bom o suficiente. Por isso o feedback transparente, franco, não-violento e positivo, independentemente de cargo, e o apoio de soluções para a saúde física e emocional, são relevantes.
Já o paranoia ou o tomador é aquele profissional que está sempre em competição com o outro. Em sua mente prevalece: “O que você pode fazer por mim?”. Justamente quando o que mais vale é: “o que podemos fazer pelo bem de todos!”.
Estimular e reconhecer a postura do profissional doador põe em foco o exemplo de comportamento a ser espelhado pelos demais. Logo: tenha esse colaborador em grande número na organização!
O sucesso está vinculado à contribuição. Precisamos cada vez mais de profissionais doadores, que não se sintam ameaçados em dividir conhecimento e tenham como propósito promover o sucesso dos colegas, da empresa e da sociedade.