Cinco países europeus, incluindo Espanha e Alemanha, pediram nessa quinta-feira ao G20 que os países do grupo criem uma lista negra de paraísos fiscais e apliquem sanções aos países que não colaborarem. Esta é uma das primeiras respostas coordenadas após o escândalo dos “Panama Papers”.

Este grupo de países, denominado G5, e que inclui igualmente Reino Unido, França e Itália, também pediu a suspensão do sigilo dos proprietários das companhias fantasmas domiciliadas em paraísos fiscais.

Os ministros da Economia dos cinco países propuseram listas que identifiquem os verdadeiros proprietários de companhias, fundos, fundações e outras entidades que se escondem das autoridades fiscais.

“Queremos listas que permitam implementar sanções aos países que não respeitem as regras”, explicou à imprensa o ministro francês, Michel Sapin, durante a apresentação da carta.

A iniciativa coordenada deve lançar o debate sobre evasão fiscal no interior do G20, que se reúne nessa quinta e sexta-feira em Washington.

“Os extensos vazamentos do Panamá mostram a crítica importância da luta contra a evasão fiscal”, escreveram na carta, divulgada em Washington durante a assembleia do Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

Os ministros expressaram sua vontade de “garantir a implementação efetiva de normas de intercâmbio de informação e enfrentar os países não cooperantes sobre a base de uma lista internacional e através de medidas defensivas”.

Na carta, os cinco países europeus pedem que sejam o fim do sigilo sobre os proprietários de empresas fantasma.

“Estamos lançando uma iniciativa piloto para o intercâmbio automático dessas informações”, afirmam na mensagem de duas páginas.

“Essa nova iniciativa constitui um passo importante para melhorar a transparência da informação dos verdadeiros proprietários e em suspender o véu de segredo sob o qual os criminosos operam”, afirmam os ministros.

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