18/08/2004 - 7:00
Ela tem só seis anos de mercado, fica em uma cidade afastada dos grandes centros (Bento Gonçalves, RS) e não ambiciona qualquer crescimento na participação de mercado nacional. Pudera. Crescer pra onde se a Cinex já possui 95% do segmento de portas de alumínio e vidros especiais para a indústria moveleira no Brasil? ?Em razão disso, resolvemos buscar a expansão no mercado internacional?, explica o fundador César Cini. Após a conquista de clientes como Kitchens, Dellano e Elgin (três das mais luxuosas marcas de armários de cozinha), a empresa que faz 15 mil portas por mês prepara-se para abrir uma filial em Saltillo, no México, de olho no mercado norte-americano ? a cidade está distante apenas 500 km da fronteira. Os investimentos serão de US$ 1 milhão, com faturamento previsto de US$ 1,8 milhão já no primeiro ano, com produção de 5 mil unidades/mês. E essa não será sua primeira investida internacional: a Cinex possui uma planta em operação na Carolina do Norte, EUA, desde 2000, onde faz cerca de 1.000 peças mensais e fornece, entre outras, para a Steel Case, maior fabricante mundial de móveis para escritório. Como ela cresceu tão rápido?
Tudo começou em 1996. Em viagem pela Itália, onde vasculhava novidades para a marcenaria do pai e negociava madeira brasileira, Cini interessou-se por um lançamento que não existia no Brasil: porta de alumínio para móveis de cozinha. Trouxe na bagagem a representação da marca e abriu uma importadora. Dois anos depois, inaugurou a Cinex. ?Desde então, a empresa cresce em progressão geométrica?, comemora. Em 2003, a receita bateu em R$ 21 milhões, valor que deve ser superado em 30% neste ano.
Cini acredita que seu maior patrimônio está na flexibilidade de atendimento. ?Não trabalho com número mínimo de peças. Se a Kitchens encomendar uma única porta, eu a entrego em dez dias?, garante. O próximo passo é lançar portas revestidas em porcelana. ?Se fica bonito no chão, por que não nas portas??, sintetiza Cini.