26/04/2006 - 7:00
Sob luzes suaves e uma música provocante, as irmãs paulistanas Luciene e Licemar avançam pela platéia. Cada uma pesa cerca de 100 quilos. Estão vestidas com perucas ruivas, ousados maiôs de couro e meia-arrastão. Oferecem morangos a alguns espectadores. Depois, exibem um perfeito número de malabarismo que anima o início de um dos espetáculos da premiada companhia canadense Cirque du Soleil. Não é isso que verão os brasileiros com ingressos para as apresentações do Cirque no País no segundo semestre deste ano. No Brasil, a trupe trará o espetáculo Saltimbanco, que já foi visto por mais de 9 milhões de pessoas em todo o mundo e é destinado à família toda. A apresentação das artistas brasileiras, conhecidas como Irmãs Botero, só pode ser vista por quem assiste ao espetáculo Zumanity, um dos cinco shows fixos mantidos pelo Cirque em Las Vegas, nos Estados Unidos. Em cartaz desde 2004 no teatro do New York-New York Hotel and Casino, Zumanity é um show para adultos (a censura é de 18 anos). O slogan revela seu conceito: ?o outro lado do Cirque du Soleil? ? leia-se, nesse caso, o lado sensual.
Zumanity é resultado da junção das palavras inglesas zoo e humanity e representa a idéia de ?zoológico humano?. As apresentações ocorrem num teatro pequeno, com capacidade para 1.260 pessoas, em estilo cabaré. A decoração inclui veludo vermelho nas paredes e assentos duplos chamados love seats (?poltronas do amor?, na tradução do inglês). Há algumas cenas faladas (em inglês) e com nudismo moderado. Os figurinos são do estilista francês Thierry Mugler e a trilha sonora é inspirada em música clássica e jazz dos anos 40. O show é um projeto pessoal de Guy Laliberté, o fundador da companhia, que nele pretende abordar o tema da beleza natural e da aceitação das diferenças. O elenco traz 47 artistas de 16 nacionalidades que, em apresentações de 1h30, realizam números de acrobacia, dança e contorcionismo regidos por movimentos insinuantes e eróticos.
Embora mais teatral que as demais montagens do Cirque, Zumanity traz todos os elementos que fizeram da companhia um dos expoentes mundiais da moderna arte circense: artistas de primeiro time embalados em envolvente música ao vivo, figurinos exuberantes e cenários sofisticados. A companhia foi fundada em 1984 na cidade de Quebec, no Canadá, e consolidou-se ao abandonar a idéia de um circo formado por integrantes de uma única família e apostar no recrutamento de artistas talentosos independentes. Hoje, é uma empresa multinacional. O Cirque emprega cerca de 3,5 mil funcionários e 900 artistas de mais de 40 nacionalidades, recrutados em diversos países num rigoroso e cobiçado processo de seleção. Laliberté, acordeonista, engolidor de fogo e acrobata, figura constantemente nas listas das pessoas mais ricas do mundo. Mais de 42 milhões de pessoas já assistiram a um dos espetáculos da trupe – são 13 elencos simultâneos, 6 deles em constantes excursões (a exemplo de Saltimbanco) e 7 em locais permanentes, como as cidades americanas de Orlando e Las Vegas. Destes últimos é que faz parte Zumanity. Mas, apesar de baseado no mesmo tripé de movimento, luz e cor de todo show do Cirque, o ?zôo humano? é o único que busca dar voz aos instintos e despertar os sentidos. Antes de aventurar-se numa apresentação, peça um Zumanitini, drinque com toque de cereja criado para o show, e liberte a imaginação. O Circo do Sol garante.
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COMO ASSISTIR AO CIRCO DO SOL |
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No Brasil: Saltimbanco Nos EUA: Zumanity |