O aumento nesta quinta-feira da taxa de juro do teto do crédito consignado para beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de 1,66% para 1,80%, é uma melhora na direção certa, mas não tem a magnitude necessária para trazer a rentabilidade do produto para o positivo, avalia o Citi. Por isso, os bancos vão seguir cautelosos no segmento.

Por conta da manutenção do teto do consignado enquanto a Selic subia, ou seja, o custo de captação aumentava, o consignado para pensionistas do INSS deixou de ser rentável e muitos bancos, como Bradesco e Banco do Brasil, deixaram de ofertar esse tipo de empréstimo.

“Achamos que os bancos vão continuar ofertando o produto de forma limitada, com potencial de afetar o crescimento dessa linha de crédito daqui para a frente”, escreve Gustavo Schroden, analista do Citi, em relatório nesta quinta-feira.

Em uma simulação do analista e sua equipe, com a Selic atual de 12,25%, esse novo teto ainda geraria um retorno (ROE, na sigla em inglês) negativo de 7,3% para os bancos.

Em uma simulação para o restante de 2025, com uma Selic média de 14,88%, o ROE esperado do consignado para o INSS ficaria negativo em 5,9%. Isso mesmo levando em conta a taxa elevada para 1,80%. A taxa teria que ser elevada para ao menos 2,15% para ter um retorno em linha com os custos patrimoniais do banco.

O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) aprovou nesta quinta-feira, 9, em reunião extraordinária, a elevação de 1,66% para 1,80% ao mês no teto de juros do crédito consignado para beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).