O partido de centro-direita ‘Ciudadanos’ propôs nesta quarta-feira aos dois maiores partidos da Espanha, o conservador Partido Popular e o socialista PSOE, uma negociação para a formação de um governo que aplique um programa de reformas, após as eleições legislativas de domingo.

“Queremos negociar, sentar à mesa, explorar qualquer via a três lados (…) para garantir que a Espanha tenha um governo, tenha uma legislatura e um Parlamento e para garantir a união e a regeneração política deste país”, afirmou Albert Rivera, líder do ‘Ciudadanos’.

O partido liberal saiu das urnas como a quarta força no Parlamento espanhol, com 40 deputados eleitos nas legislativas de domingo. O Partido Popular (PP) do chefe de Governo Mariano Rajoy conquistou 123 cadeiras no Parlamento, muito longe da maioria absoluta (176).

Para formar o governo, o PP precisa obter o beneplácito de seu tradicional adversário, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), com 90 deputados e ameaçado pelo avanço do Podemos, partido de esquerda radical, com 69 cadeiras no Parlamento.

Depois de citar o “desafio separatista” na Catalunha, cujo Parlamento proclamou o início de um processo de secessão, Rivera, que nasceu nesta região, pediu aos dois grandes partidos “um pacto pela Espanha, para que ninguém aproveite a fragilidade, nem a incerteza, nem a instabilidade para romper este país”.

Também insistiu na necessidade da Espanha, que voltou a registrar crescimento em 2014, ser “um país estável economicamente” e de aplicar “reformas democráticas urgentes”, como uma reforma das instituições para reforçar a separação de poderes ou um pacto sobre o sistema de educação.

Rivera anunciou a proposta pouco antes de uma reunião entre Mariano Rajoy e o líder socialista Pedro Sánchez para explorar as possibilidades de formação de um governo minoritário conservador, algo que no momento tem a oposição do PSOE.

Na segunda-feira, depois de perder a maioria absoluta, Rajoy propôs um pacto aos partidos defendendo “a unidade da Espanha” e o “respeito às regras” da União Europeia, excluindo assim o Podemos, que propõe um referendo de autodeterminação na Catalunha.