29/02/2024 - 12:14
A Claro está negociando com fabricantes de celulares para baixar o preço dos aparelhos 5G. A meta é ter modelos na faixa dos R$ 500 ainda neste ano, contou o presidente da Claro Brasil, Paulo César Teixeira, em entrevista à imprensa durante o Mobile World Congress (MWC), feira de telecomunicações que acontece esta semana, em Barcelona.
Desde o início da ativação da internet móvel de quinta geração, em 2022, a Claro e as rivais TIM e Vivo têm mantido conversas contínuas com os fabricantes para obterem celulares a valores mais acessíveis, o que é visto como uma peça-chave para a popularização do 5G.
Atualmente, é possível adquirir smartphones 5G nas lojas das operadoras com valores em torno de R$ 1.000 associadas a planos pós-pagos.
“O que estamos insistindo com eles (fabricantes) é para baixar preço. Tem que ir para R$ 500, equivalente a US$ 100”, afirmou Teixeira. O executivo se encontrou com representantes da Samsung, Motorola e a Qualcomm, fornecedora de chipsets, para discutir o assunto durante a MWC.
“Continuamos fazendo o push (pressão) de aparelhos. Achamos isso muito importante para ver se conseguimos ter até o fim deste ano aparelhos mais baratos ainda. Conseguimos a meta de R$ 1.000. Agora temos que dar novos passos”, ressaltou Teixeira.
Embora o grande uso do 5G seja voltado para a indústria, que requer mais velocidade de tráfego de dados e baixa latência, Teixeira indicou que é importante popularizar a nova geração de internet entre os usuários comuns, para monetizar o investimento feito na cobertura.
“A questão do aparelho é essencial. A internet móvel, queira ou não, é a grande aplicação, de uso contínuo e tráfego efetivo de rede. Então, tem que ter aparelho. O resto vem de outras formas” afirmou.
A cobertura 5G da Claro está presente em 247 cidades. Atualmente, 24% do tráfego de dados nas regiões cobertas já vem do 5G, com pico de 30% em São Paulo. Em termos de número de conexões, o 5G responde por 18%, informou o presidente da empresa. “Conseguimos chegar aí com a oferta de aparelhos a partir de R$ 1.000. Se tivermos aparelhos de R$ 500, essa marca dobra, seguramente”, estimou Teixeira, lembrando que a adoção do 5G tem sido mais rápida que as do 4G e 3G.
O presidente da Claro afirmou ainda que busca uma redução do preço dos modems usados para conexão de banda larga fixa por 5G (tecnologia chamada FWA). Este serviço foi lançado pela tele ano passado nas cidades de São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre. O modem sai por cerca de R$ 1.000, valor ainda considerado uma barreira para expansão do negócio.
“O FWA está bem, está rodando, tem bastante perspectiva futura. Mas também estamos brigando para baixar preço. Hoje está pouco menos de US$ 200, está caríssimo. Tem que vir para perto de US$ 100”, comentou.
* O jornalista viajou a Barcelona para cobrir a MWC a convite da Huawei