O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), sinalizou nesta quarta-feira, 12, que pode apoiar a candidatura do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), ao governo do Estado nas eleições de 2026. Em agenda no norte do Rio, na inauguração da Ponte da Integração Deputado João Peixoto, entre São João da Barra e São Francisco de Itabapoana, Castro disse que “Deus está preparando” o deputado para “coisas muito maiores” e, aos risos, mencionou a sucessão ao lado de Bacellar.

“Eu não tenho dúvidas, Bacellar, de que Deus está te preparando para coisas muito maiores. Minha missão, gente, que no ano que vem acaba, vai ser deixar, pelo menos, arrumadinho para o meu sucessor. Pelo menos arrumadinho, para que a gente possa continuar esse processo de avanço do Rio de Janeiro. Viva o Rio de Janeiro, viva a Ponte da Integração, viva o João Peixoto, esse amigo querido”, afirmou o governador ao lado de Bacellar.

A declaração em vídeo do governador foi divulgada pelo portal Tempo Real.

Aos risos, Castro fez o discurso ao som dos gritos de “meu governador” dos presentes na agenda desta quarta-feira. O governador cumpre o segundo mandato no Palácio Guanabara e deve participar ativamente da escolha de seu sucessor no comando do Executivo fluminense.

Com pouco mais de seis anos de experiência como político eleito, Bacellar é considerado um dos políticos em ascensão no Estado. O deputado buscou em alianças e no pragmatismo o caminho para o sucesso meteórico no Rio de Janeiro. Já esteve ao lado de lideranças do PT – foi filiado ao partido quando jovem e não esconde dos aliados o histórico de líder estudantil com ligações sindicalistas -, mas se firmou e chegou ao poder pelo Solidariedade, em 2018, ao se eleger como deputado estadual, e posteriormente pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2022.

Filho do ex-vereador de Campo dos Goytacazes, Marcos Bacellar, o presidente da Alerj herdou do pai a ligação com a base trabalhadora. Eleito pela primeira vez com 26.135 votos, ele se aproximou do então presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), “dos petistas, o mais moderado”, como descrevem aliados. O salto de deputado recém-eleito para a posição de destaque veio com o processo de destituição do antecessor de Castro, Wilson Witzel. Bacellar foi relator do processo de impeachment do ex-juiz federal, em 2020.

A posição de um dos algozes de Witzel aproximou Bacellar de Castro e o cacifou à Secretaria de Governo do então recém-empossado novo chefe do Executivo do Rio de Janeiro.

A ascensão política de Bacellar, de deputado de primeira viagem à presidência da Alerj, ocorreu sob as bênçãos do PL. Em março do ano passado, no entanto, já de olho nas eleições de 2026, Bacellar trocou novamente de legenda. Se filiou ao União Brasil em um evento que contou com a presença de políticos de PT, PL, PSD, do governador Cláudio Castro e do prefeito da capital carioca, Eduardo Paes (PSD), que também almeja o comando do Palácio Guanabara no ano que vem.