O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina cresceu 3,7 pontos na passagem do quarto trimestre de 2023 para o primeiro trimestre de 2024, para o patamar de 105,7 pontos, maior valor desde o primeiro trimestre de 2013, quando estava em 109,8 pontos, apontou o levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Com o resultado, o ICE manteve-se na zona de clima econômico favorável por dois trimestres seguidos, o que não ocorria desde 2018. Houve melhora no clima econômico em oito dos dez principais, mas o avanço no Brasil puxou a média do ICE no primeiro trimestre.

No ICE, o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 1,8 ponto na passagem do quarto trimestre de 2023 para o primeiro trimestre de 2024, para 98,0 pontos. O Índice de Expectativas (IE) cresceu 5,7 pontos, para 113,7 pontos.

“Entre as maiores economias analisadas, Brasil, Colômbia, Peru e Argentina foram as que mais contribuíram para o aumento do ICE da região. O México, a segunda maior economia da região, teve contribuição negativa. A queda ocorre após o país liderar a melhora no ICE no 4º trimestre de 2023”, apontou a FGV.

No Brasil, a alta do ICE foi influenciada pela melhora das expectativas em relação aos próximos meses. O ICE brasileiro cresceu 14,6 pontos no primeiro trimestre de 2024, para 114,6 pontos, na zona favorável (acima de 100 pontos). O ISA brasileiro ficou estável (0,0 ponto) em 100,0 pontos, enquanto o IE subiu 30,3 pontos, para 130,0 pontos.

A sondagem do primeiro trimestre trouxe, entre os quesitos especiais, um questionamento sobre a eleição de Javier Milei à Presidência da Argentina.

Questionados se consideram que haverá efeito nas economias dos países, 90% dos especialistas consultados sobre o Brasil responderam que sim, haveria impacto na economia brasileira.

“Ressalta-se que é esperado o agravamento da crise argentina, dadas as medidas de contenção fiscal que se refletem numa queda do PIB (Produto Interno Bruto) em 2024 maior do que em 2023”, ressaltou a FGV, em nota.

“Observa-se que a crise Argentina já reduziu a participação do país no comércio brasileiro”, diz, completando que em janeiro de 2024, a participação argentina nas exportações brasileiras foi de 2,8%, o menor porcentual na série histórica para o mês, ficando abaixo do período da crise dos anos 2000, quando o porcentual havia sido de 3,5%.