Na contramão do mercado de trabalho, a Swile, empresa francesa que atua com cartão de benefícios corporativos, avaliou que seus funcionários “precisavam” de mais pausas.

Apesar de o país contar com oito feriados nacionais em dias úteis neste ano, a Swile viu que, neste segundo semestre, seriam três dias de folga a menos que no mesmo período em 2023.

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“Vimos uma trend [assuntos em alta] nas redes sociais mostrando que, em São Paulo [onde está a sede da empresa no Brasil] seriam 17 semanas seguidas entre o feriado estadual de 9 de Julho e o próximo feriado prolongado em novembro. Por isso, começamos a debater a ideia de criarmos nossos próprios feriados”, relata Josiane Lima, diretora de Pessoas na Swile Brasil.

Josiane Lima, diretora de Pessoas na Swile Brasil (Crédito: Divulgação/Swile)

Portanto, os funcionários da empresa agora terão um dia de folga extra nos meses de agosto, setembro e outubro. O dia será de escolha de cada um, como um feriado pessoal. No Brasil, a empresa tem 224 funcionários, sendo 149 trabalhando no modelo híbrido – três vezes por semana presencialmente – e 75 totalmente remotos (todo o time de TI).

“A ideia é mostrar que se consegue trabalhar da mesma forma, que se consegue trabalhar até melhor, pois as pausas são necessárias, vemos muito valor nelas. E coincidem com o nosso programa de saúde mental”.

Lima explica que os clientes da Swile são as áreas de recursos humanos de outras empresas e a ação dos feriados também era associar ao conceito de “flexibilidade”, que acompanha o cartão de benefícios gerido por ela. “Queremos ser um grande laboratório de experimentos, queremos mudar essa relação de trabalho, ressignificar a jornada, tornar mais interessante o trabalho”, diz a diretora.

Além dos feriados adicionais criados, aos funcionários também têm direito a folga no dia do aniversário, nos feriados oficiais e a um recesso de uma semana no final do ano. Por enquanto, a ação é válida para este ano, mas a probabilidade, segundo a Swile, é que tenha continuidade no próximo ano.

“É uma ação que é simples [de executar], com regras simples. Queremos fazer cada vez mais essas coisas simples, mas que faça sentido.”

A ação, claro, ajuda também no marketing para a própria empresa, que garante que o post que viralizou sobre “CLT Premium”, foi feito espontaneamente por uma das colaboradoras.

“Sim, foi uma ação que fez sucesso nas redes. A repercussão foi muito maior do que esperávamos. A ação era focada em engajamento [dos funcionários], e virou para fora, com a viralização do post da colaboradora. Não só repercutiu positivamente como aumentou o interesse das pessoas em se candidatar para trabalhar na empresa”, conta Lima.

Após a campanha, batizada de “Vai ter feriado sim!”, repercutir, ela virou case na empresa e será apresentada para a diretoria na sede na França, e a expectativa é que seja adotada por lá.

A empresa não participa da experiência de adotar uma semana de quatro dias, mas diz que está acompanhando o projeto no Brasil e que esse assunto vai ser debatido internamente em algum momento.