10/06/2009 - 7:00
EMBRIONÁRIO: por enquanto, o clube só existe na internet
HÁ QUEM DIGA QUE NO mundo de hoje, em plena globalização, o network é fundamental para se fechar um bom negócio. O malaio Amir Steven Johan, 52 anos, ex-empresário de finanças e dono da empresa RS Management Limited, com sede em Hong Kong, está levando esta máxima ao extremo. No início do mês, ele chamou a atenção por uma proposta no mínimo megalomaníaca: criar um clube de milionários espalhados por todas as partes do mundo.
Não haveria nada de incomum não fosse por um detalhe crucial. Para ser sócio do Richman’s International Millionaire’s Club, o nome escolhido para o clubinho, é necessário pagar uma fortuna. São três tipos de adesões. Uma delas é a compra do título corporativo, que dá acesso ao presidente da empresa por 30 anos, e custa US$ 15,2 milhões; e as outras são os títulos individuais que variam de US$ 2,5 milhões por dez anos a US$ 500 mil por um ano. Essas condições, obviamente, valem para os simples mortais com muitos milhões no banco. As celebridades, nobres de vários países e bilionários famosos têm passe livre. “O clube será criado com um fundo de US$ 250 milhões de 16 investidores da Malásia, de Hong Kong e de alguns países árabes”, disse Johan.
Com essa quantia, Johan, que gosta de ser chamado de doutor, afirma já ter comprado dois iates, por US$ 40 milhões cada um. Além de desfrutar de passeios em megaiates, jantar com bilionários, ter acesso a líderes governamentais e dispor de guarda-costas, os sócios ainda contariam com um cartão de crédito com limite de US$ 1 milhão. A ideia é lançar o Richman’s em 2010 nas cidades de Dubai, nos Emirados Árabes, e Xangai, na China, e no ano seguinte expandir para Moscou, na Rússia; Mumbai, na Índia; e Rio de Janeiro, no Brasil.
Capitais tradicionais como Nova York e Londres virão depois. “Escolhemos as economias emergentes porque nestes locais as riquezas são geradas rapidamente e a ostentação é maior”, completa Johan. O desafio do Richman’s, porém, é convencer os milionários a se associar. “Clubes como este estão se tornando importantes ferramentas de relacionamento. Por outro lado, ninguém investe milhões sem antes medir o retorno”, afirma Fernando Andrauss, consultor da Michael Page, empresa especializada em RH. Até agora, a única garantia do Millionaire’ts Club é o site na internet.
