13/07/2023 - 12:20
Assim com o mercado e o governo, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para cima sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. De acordo com o Informe Conjuntural do segundo trimestre, a entidade espera um avanço de 2,1% na atividade em 2023, ante a estimativa de 1,2% que constou no documento anterior.
+ Projeção do Focus para PIB 2023 segue em 2,19%, ante 1,84% há um mês
“A expansão de 2,1% é relevante, mas se isolarmos o resultado da agropecuária, o ritmo de crescimento do Brasil desacelerou. A indústria enfrenta os efeitos dos juros altos, com restrição no crédito bancário, o que vemos penalizar tanto empresários quanto consumidores. Além disso, o setor de serviços, que acumulou avanços expressivos desde 2020, também agora se encontra em movimento de desaceleração”, avalia o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo
Ainda assim, a perspectiva da entidade para o PIB industrial melhorou um pouco, de crescimento quase zero (0,1%) para avanço de 0,6%. No caso específico da indústria de transformação, o desempenho esperado para este ano continua no campo negativo, passando de retração de 1,3% para uma queda de 0,9%. Na indústria da construção, a projeção de alta piorou de 2,0% para 1,5%.
“O Brasil tem dificuldades de crescimento porque, apesar de termos uma superprodução de produtos agrícolas, falta competitividade à indústria nacional, principalmente pela complexidade do sistema tributário. Os juros são exorbitantes, tornam o crédito mais escasso e prejudicam a indústria e os consumidores”, avalia o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Para o executivo, a perspectiva de redução da Selic pelo Banco Central e o avanço da reforma tributária tornam as expectativas do setor mais positivas. “Além disso, o governo precisa acelerar a implementação de uma política industrial, para que o país tenha uma maior inserção nas cadeias globais de produção, de forma inovadora e sustentável”, completa.
A CNI também divulgou novas projeções para 2023 como inflação (4,9%), Selic (11,75% no fim do ano), desemprego (8,3% na média anual) e câmbio (R$ 4,90 na média de dezembro).