31/08/2022 - 10:58
SÃO PAULO (Reuters) – A colheita de café dos cooperados da Cooxupé havia atingido 91% do total esperado nesta safra até o dia 26 de agosto, avanço semanal de 5,5 pontos percentuais, superando levemente o índice visto na mesma época do ano passado (90,59%) e encostando no ritmo de 2020 (92,54%), após mostrar atraso na maior parte do ciclo.
Produtores do Sul de Minas Gerais ligados à cooperativa tinham colhido 92,87% da safra até a última sexta-feira; 89,27% no Cerrado mineiro; e 83,32% em São Paulo, informou a Cooxupé em relatório nesta quarta-feira.
Na semana passada, a maior cooperativa de cafeicultores do Brasil afirmou que haverá uma quebra na produção de café arábica deste ano, em relação aos volumes previstos inicialmente, mas não detalhou.
A safra de 2022 teve influência da histórica seca de 2021, além das geadas que atingiram as principais regiões produtoras no ano passado.
Mais recentemente, chuvas atingiram algumas áreas produtoras, o que pode ter prejudicado a qualidade dos grãos que estavam nos terreiros e aguardando varrição, disse em análise o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
O Cepea afirmou também que essas chuvas induziram “floradas precoces nos cafezais nos últimos dias na maior parte das regiões acompanhadas –com exceção do Cerrado Mineiro”.
O centro de estudos citou ainda previsões climáticas indicando baixo volume de chuva para os próximos dias, algo negativo para o pegamento das flores e desenvolvimento da safra futura.
“Ainda que as flores não tenham sido registradas em todas as lavouras, caso o clima seja, de fato, menos chuvoso, as floradas podem abortar, o que, por sua vez, prejudicaria novamente a oferta de arábica do próximo ano.”
As cotações externas e, consequentemente, o mercado brasileiro de café arábica dispararam mais de 3% na última semana ante o período anterior, impulsionadas por preocupações relacionadas à safra 2023/24 devido às floradas precoces.
No dia 26, o indicador do Cepea atingiu 1.351,64 reais/saca, o maior patamar diário desde o dia 7 de julho.
(Por Roberto Samora)
