Por Marcelo Teixeira

(Reuters) – Os agricultores brasileiros colheram 66% da safra 2022/23 de café até 19 de julho, recuperando atrasos iniciais mas ainda abaixo dos 69% vistos no mesmo período do ano passado, informou a consultoria Safras & Mercado nesta quinta-feira.

A colheita também está abaixo da média histórica de 73% para este período, disse a consultoria. E os analistas, por sua vez, divergem em suas projeções para o tamanho total da safra.

O consultor de café da Safras Gil Barabach disse que o recente clima seco ajudou a acelerar a maturação dos grãos e espera que a colheita continue em bom ritmo.

Barabach, porém, disse que pouco da nova safra de café chegou ao mercado. Ele afirmou que os agricultores estão bem financiados em meio aos altos preços e estão demorando no processo de secagem e limpeza pós-colheita.

A Safras estima a produção brasileira de café 2022/23 em 61,1 milhões de sacas (60 kg), bem acima da estimativa do governo de 53,4 milhões de sacas.

Jonas Ferraresso, engenheiro agrônomo que administra fazendas de café no Brasil, disse nesta quinta-feira que, com dois terços da colheita concluída, os agricultores estão relatando volumes menores.

“Ainda há grãos de café nos campos que precisam ser colhidos, mas a maioria dos agrônomos e fazendas com quem conversei nas últimas semanas relatam uma temporada com menos café do que esperavam mesmo depois de colocar a geada de 2021 nos cálculos”, disse ele.

Ferraresso acredita que a produção total pode ficar abaixo da estimativa do governo.

Analistas de mercado, em geral, esperam maior produção, com a HedgePoint vendo a safra em cerca de 60 milhões de sacas e o Rabobank projetando em 64,5 milhões de sacas. O Departamento de Agricultura dos EUA prevê 64,3 milhões de sacas.

(Reportagem de Marcelo Teixeira)

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