(Reuters) – O Federal Reserve provavelmente precisará aumentar a taxa de juros para “um pouco acima” de 5% e depois mantê-la nesse patamar por um período, disse a presidente do Fed de Boston, Susan Collins, nesta quinta-feira.

A declaração é a mais recente de um membro do Fed advogando sobre a necessidade de uma taxa de juros mais alta para obter sucesso na batalha contra a inflação.

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“Antecipo a necessidade de novos aumentos de juros, provavelmente um pouco acima de 5%, e depois manter a taxa nesse nível por algum tempo”, disse Collins em comentários preparados para uma conferência organizada pelo Fed de Boston, ecoando um sentimento quase unânime expresso por seus colegas nas últimas semanas.

Collins também disse que agora é um momento apropriado para desacelerar o ritmo dos aumentos de juros, depois que o banco central norte-americano elevou a taxa no ano passado no ritmo mais rápido em 40 anos, a fim de reduzir a inflação ao diminuir a demanda em toda a economia.

A taxa de empréstimo de referência do Fed atualmente está em uma faixa-alvo de 4,25% a 4,50%, e uma alta de 0,25 ponto percentual é esperada em sua próxima reunião de política monetária, em 31 de janeiro e 1 de fevereiro. Collins indicou mais cedo neste mês que estava inclinada a apoiar tal movimento.

“Ajustes mais mensurados na taxa (de juros) na fase atual nos permitirão lidar melhor com os riscos que a política monetária enfrenta agora – o risco de que nossas ações possam ser insuficientes para restaurar a estabilidade de preços, versus o risco de que nossas ações possam causar perdas desnecessárias na atividade real e emprego”, disse Collins.

A desaceleração da inflação, o enfraquecimento dos gastos do consumidor e outros sinais de que as ações do Fed estão começando a pesar no crescimento econômico ajudaram a alimentar as expectativas dos investidores de que a instituição encerrará seu atual ciclo de aumento de juros mais cedo do que Collins e seus colegas esperam, com a taxa básica ficando um pouco abaixo de 5%.

Porém, Collins alertou que a luta contra a inflação, quase três vezes maior do que a meta de 2% do Fed pela medida preferida do banco central norte-americano, ainda não foi vencida. Ela observou que há “um longo caminho a percorrer” para que a demanda por mão de obra volte a se equilibrar, para abrandar ainda mais o ritmo dos aumentos de preços.

“Embora os últimos dados médios de ganho salarial por hora sugiram algum arrefecimento nas pressões salariais, os custos trabalhistas continuam a crescer mais rapidamente do que consistente com a inflação de 2%”, disse Collins.