21/01/2019 - 17:32
A Colômbia é hoje um dos países mais promissores do mundo, com crescimento econômico constante nos últimos anos e um acordo de paz com as FARC que terminou um conflito interno que durava 50 anos. Enquanto isso, Bogotá e Medellin crescem de maneira moderna, sendo exemplo de bom design urbano. Porém o mesmo não se pode dizer de Cartagena de Indias, cidade histórica do país no mar do Caribe, que cresce como muitas cidades litorâneas do Brasil: construção desenfreada de prédios de luxo na costa e moradias de baixo custo feitas sem o devido cuidado em áreas propensas a alagar.
Porém Daniel Haim quer mudar a perspectiva da cidade histórica. Em 1968, sua família comprou um terreno de 1.011 hectares nos arredores de Cartagena. Em 2018, o local está marcado para se tornar um empreendimento que irá mudar a cara da cidade.
Há apenas 11 km do centro histórico banhado pela mar caribenho, Serena Del Mar é o principal projeto da construtora Novus Civitas, em que Haim trabalha. A intenção é transformar o espaço de mais de mil hectares em um centro de desenvolvimento sustentável para a cidade, que atualmente sofre com o desenfreado aumento populacional e as mudanças climáticas que afetam o nível do mar. O intuito do projeto é criar um empreendimento cujo crescimento seja guiado pela natureza. A projeção é que em 30 anos o local abrigue até 100 mil pessoas.
O centro da cidade ficará em torno de um canal drenado, cujo fluxo de água será realocado para as áreas residenciais. Três quartos da área total será ocupada por parques, áreas de foz, mangues e florestas de árvores da chuva. Foram criados canais que irão manter o fluxo de água salgada nos mangues, mantendo o ecossistema. A construção dos prédios serão colocadas muito acima do nível do mar para evitar problemas com enchentes.
Um dos principais empreendimentos do local será a nova escola de negócios da Universidade dos Andes, criada para aproveitar o fluxo de ventos do local através de uma planta aberta que simula a escama de peixes e também maximizará a luz solar.
Outro ponto do projeto é a maneira como lidam com o nativos da região. Fugidos da violência no campo, eles se estabeleceram la há anos, e segundo a lei colombiana, qualquer construção no local deve ser feita em consenso com os moradores. O projeto inclui moradias para eles, mas suas casa atuais serão mantidas.