Não é só de soja que vive as relações comerciais entre Brasil e China. Antes restrita ao grão, as trocas entre os dois países hoje é intensa e diversificada em outros produtos. É a constatação de Mauro Zafalon, da coluna Vaivém das Commodities, que trouxe luz ao avanço chinês nos produtos da pecuária brasileira.

De toda a produção de carne no Brasil em 2018, 20% foram embarcadas em cargueiros em direção ao Oriente para abastecer o mercado chinês. Enquanto o país é líder na compra de carnes bovinas e suínas, já se aproxima da Arábia Saudita para assumir o primeiro lugar na compra de carne de frango.

Outra cultura em franca expansão no país é a de algodão. A safra 2018/2019 do produto bateu recorde de colheita com 2,1 milhão de plumas, já a projeção para 2018/2019 é um aumento de aproximadamente 19% da produção, segundo a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados. O crescimento não visa apenas o mercado interno, mas também o interesse chinês. Se em 2008 eles compravam 3% da fibra exportada pelo Brasil, em 2018 esse número passou para 28%.

Apesar do crescimento da venda de outras commodities, a soja continua sendo a campeã de vendas na “ponte” Brasil-China. As exportações do produto para o país asiático corresponde a 82% das vendas de soja do Brasil para o resto do mundo.

A celulose é outro produto que vem atraindo interesse chinês. Com o aumento da produção no país e consequentemente uma oferta mais barata, a China passou a comprar 42% do produto voltado ao mercado externo ante a 18% de 2008.

Com o crescimento e aumento da gama de commodities exportados para o país, a China se consolida cada vez mais como o principal mercado consumidor de produtos da pecuária brasileira e parceiro estratégico para o crescimento de economia.