A Justiça de Hong Kong decretou a liquidação da Evergrande, gigante chinesa do setor imobiliário, nesta segunda-feira, 29, após a companhia não conseguir chegar a um acordo com os credores.

As ações da empresa caíram 21% na manhã desta segunda, antes de terem a negociação interrompida. Em 12 meses, a Evergrande perdeu 90% do valor de mercado.

Sobrecarregada com cerca de US$ 300 bilhões em passivos, a companhia parou de honrar compromissos financeiros há dois anos, quando deu início à negociação da reestruturação da dívida. O prazo para aprovação de um acordo acabou nesta segunda.

“Não é uma grande surpresa para os investidores”, disse o economista-chefe da Jefferies, Shujin Chen. Hebe Chen, analista de mercado da IG International, afirmou que a ordem de liquidação da Evergrande dá início à “próxima etapa da crise imobiliária da China”. Fonte: Dow Jones Newswires.

Extremo arrependimento

O CEO da Evergrande, Shawn Siu, afirmou que a ordem judicial de liquidação da companhia anunciada nesta segunda-feira, 29, afeta apenas a unidade listada em Hong Kong. Outras operações do grupo na China e no exterior são entidades jurídicas independentes, segundo o executivo.

Siu afirmou que a empresa sente “extremo arrependimento” pelos acontecimentos que levaram à ordem de liquidação, emitida por um tribunal de Hong Kong, e que vai se empenhar para entregar os imóveis que deve aos compradores.

Ainda não está claro como a liquidação afetará as vastas operações da Evergrande no continente chinês. Sendo uma ex-colônia britânica, Hong Kong funciona sob um sistema jurídico separado, embora cada vez mais influenciado pela China.

Em alguns casos, os tribunais do continente reconheceram decisões de falência em Hong Kong, mas analistas dizem que o caso da Evergrande será uma espécie de teste para a jurisprudência.

Com AFP