Os juros futuros fecharam próximos dos ajustes, com viés de baixa em alguns contratos e de alta em outros. Em meio à falta de liquidez devido ao feriado de Martin Luther King Jr., que fechou os mercados nos Estados Unidos, a expectativa por novidades sobre a medida provisória que promove a reoneração gradual da folha de pagamentos deu o tom dos negócios aqui.

Sem a referência das Treasuries, as taxas oscilaram em torno da estabilidade. Durante a manhã, firmaram um viés de alta, em meio à incerteza sobre a medida provisória da reoneração. À tarde, viraram para o negativo – movimento que foi ampliado por declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas quase totalmente revertido no fim do pregão.

No fim do dia, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) mais negociado, para janeiro de 2026, tinha taxa de 9,640%, pouco abaixo dos 9,650% do ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 subiu marginalmente, de 10,069% para 10,170%. O contrato para janeiro de 2029 fechou com taxa de 10,175%, acima do ajuste anterior, de 10,159%. O para janeiro de 2027 subiu de 9,771% para 9,780%.

“A minha opinião é de que há uma tendência de médio prazo de fechamento da curva, de colocar nos preços mais cortes de juros”, afirma o gerente de renda fixa e distribuição de fundos da Nova Futura Investimentos, André Alírio. “Mas é um dia de baixa liquidez e sem nenhuma novidade, então qualquer movimento acaba fazendo preço.”

As declarações de Haddad foram o destaque do dia. À tarde, ele disse que levaria ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), uma estimativa de renúncia decorrente da desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia, prorrogada pelo Congresso Nacional até 2027. Os dois vão se reunir hoje para tratar do tema.

No noticiário doméstico, o único outro destaque foi a publicação do relatório Focus, que mostrou uma redução da expectativa mediana do mercado para a inflação de 2024, de 3,90% para 3,87%. Mas a estimativa intermediária para 2025 permaneceu em 3,5% pela 25ª semana consecutiva, 0,5 ponto porcentual acima do centro da meta, de 3%.

Para o diretor da Wagner Investimentos, José Raymundo de Faria Júnior, os juros domésticos permaneceram sem direção definida ao longo do dia, devido à falta da referência dos Estados Unidos, à baixa liquidez e à falta de informações capazes de referendar movimentos mais decididos.

Ele diz que, esta semana, o mercado pode responder à divulgação de alguns indicadores – especialmente o IGP-10 de janeiro e dados de atividade econômica, como os números de serviços e varejo de novembro -, mas aguardará principalmente o IPCA-15 de janeiro, que será publicado pelo IBGE na sexta-feira da próxima semana, 26.