17/05/2024 - 0:20
A rede de varejo Polishop entrou com pedido de recuperação judicial, mas a 2° Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo ainda não deliberou sobre o caso. A companhia confirmou a solicitação e aguarda análise do juiz Paulo de Oliveira Filho.
No pedido de recuperação judicial que a IstoÉ Dinheiro teve acesso, os advogados afirmam que “não há alternativa para superar a situação momentânea de crise econômico-financeira deficitária, senão através de uma reestruturação por meio do processo de Recuperação Judicial, o qual visa contribuir para que a sociedade empresária economicamente viável supere as dificuldades e permaneça no mercado gerando renda, empregos e tributos, exercendo, assim, sua função social”.
O mesmo documento, declara que “surge a necessidade do processamento de sua Recuperação Judicial, cuja finalidade é ajustar o caixa da Requerente, em prol da retomada do equilíbrio financeiro exigido para o pagamento dos seus débitos por meio de um plano de reestruturação – R$ 352.190.023,92 (trezentos e cinquenta e dois milhões, cento e noventa mil, vinte e três reais e noventa e dois centavos) -, que, em caso de deferimento do processamento da Recuperação Judicial, será apresentado aos credores em momento processual oportuno”. E segue, “já é de conhecimento público e notório que a Polimport está adotando estratégias e medidas comerciais e econômicas para superar este momento transitório de crise, tais como aporte de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) na companhia e abertura do plano de franquia de lojas”.
A Polishop já havia entrado, no dia 3 de abril, com pedido de tutela antecipada na 2ª Vara de São Paulo, alegando que ainda não estava apta ainda apresentar o pedido de recuperação pela falta de documentos necessários para o ajuizamento.
Mas pela sua situação financeira, precisava de uma “medida urgente” para suspensão das execuções de dívida e dos despejos, que poderiam inviabilizar o negócio.
No próprio dia 3 de abril, a liminar foi concedida. Tratava-se de uma antecipação dos efeitos do processamento da recuperação judicial permitida pela lei sobre o tema, de 2005.
Alega que o negócio foi impactado pela pandemia
O pedido aponta possíveis razões que levaram à atual crise financeira. “Na prática, a pandemia implicou no fechamento de mais da metade das lojas físicas da Polimport desde o ano de 2020, quando a empresa possuía 2.532 (dois mil, quinhentos e trinta e dois) funcionários, passando para aproximadamente 500 (quinhentos) funcionários – ou seja, houve a demissão de, aproximadamente, 2.000 (dois mil) colaboradores. Chegou a ter 280 (duzentas e oitenta) lojas físicas próprias (além de seu e-commerce), com o lançamento anual de mais de 150 (cento e cinquenta) produtos, atingindo a receita anual superior a R$ 1.200.000.000,00 (um bilhão e duzentos milhões de reais), sempre com produtos inovadores, exclusivos e em diversos segmentos do mercado”.
Atualmente, a Polishop possui 49 lojas físicas abertas em shoppings centers e conta com quase 500 colaboradores, além da atuação no e-commerce e canal de televendas. No auge, chegou a ter 280 lojas.
Em abril, o CEO da empresa, João Appolinário, em entrevista à IstoÉ Dinheiro, afirmou que a pretendia começar a explorar o modelo de franquias de lojas físicas de rua, de olho em cidades médias e grandes para ampliar a sua presença no país e se reerguer.
Agora, a Justiça irá analisar o pedido de reestruturação. Caso aceite, a empresa entra, de fato, em recuperação judicial e tem suas dívidas congeladas por 180 dias, enquanto prepara um plano de reestruturação.
Procurada, a empresa afirmou que só irá se pronunciar após o aceite da Justiça.