A fabricante de doces sem açúcar GoldKo planeja ter 15 lojas franqueadas abertas até o final deste ano e outras 40 até o fim de 2025. Por trás do sucesso rápido da marca criada há menos de 10 anos está uma família com história e tradição no ramo de chocolates: os Kopenhagen Goldfinger.

A GoldKo opera desde 2021 uma loja própria no shopping Eldorado, na capital de São Paulo, e abriu no ano passado sua primeira unidade franqueada em Londrina (PR). O plano agora é acelerar a expansão apostando em uma linha de produtos 100% sem açúcar.

O retorno dos Kopenhagen

No ano de 2017, um dos filhos de David, Paulo Kopenhagen Goldfinger, e dois de seus netos, Gregory e Chantal, decidiram retornar ao ramo de doces para “criar o melhor chocolate que existe”. Nascia a GoldKo.

A história da entrada da família no setor de chocolate começou em 1928, quando o casal de imigrantes da Letônia Anna e David Kopenhagen iniciou em casa a produção de marzipã, um tradicional doce europeu. Depois, criaram uma versão coberta de chocolate. No ano seguinte, inaugurariam a primeira loja Kopenhagen, ainda como vendedora de marzipã. Na década de 1960, já eram mais de 30 lojas de doces pela cidade, além da fábrica própria.

+Saiba quanto custa para abrir uma franquia da Kopenhagen

+Após revés judicial, Kopenhagen lança novos produtos da linha ‘Língua de Gato’

Os Kopenhagen não têm mais nenhuma ligação com a empresa que leva seu nome. Os filhos de David e Anna decidiram vendê-la em 1996 ao Grupo CRM, do empresário Celso Ricardo de Moraes. O controle da marca passaria ainda para a empresa de private equity Advent International em 2020, antes de ser comprada pela Nestlé em 2023.

Nesta nova investida da família no mercado de chocolates, Paulo e os filhos Gregory e Chantal decidiram que era importante estarem juntos e envolvidos no dia a dia do novo negócio. Paulo assumiu a pesquisa e desenvolvimento, Chantal, a comunicação, e Gregory, o cargo de CEO.

Indulgência sem açúcar

A GolKo passou por uma mudança drástica em 2020, quando Paulo mostrou aos filhos um chocolate sem açúcar. “Era muito melhor do que a gente tinha”, lembra Gregory.

A partir daí, os fundadores chegaram a conclusão que deviam sair do ramo do chocolate tradicional. “A gente tem um dever com o nosso consumidor de oferecer o que é melhor para ele, e não o que a gente quer vender porque com açúcar tem mais margem [de lucro]”, afirma o CEO.

Chocolate sem açúcar da GoldKo (Crédito:Divulgação)

A empresa passou então por uma reformulação de marca, que incluiu uma pequena alteração do nome anterior Gold & Ko para o atual GoldKo.

“A gente olha para o nosso negócio como um ecossistema de indulgência saudável”, resume Gregory. No mercado de alimentos, o termo indulgência refere-se a itens supérfluos ou não essenciais, como doces e bebidas alcoólicas.

Fábrica própria e múltiplos canais de venda

A GoldKo divulgou investimento de R$ 20 milhões feito ao longo dos últimos 12 meses. Cerca de R$ 15 milhões foram destinados a ampliar a capacidade de produção da fábrica própria, localizada em Minas Gerais, para cerca de 2,4 milhões de quilos por ano.

“A gente tem hoje a maior e mais moderna fábrica de chocolate sem açúcar do Brasil. Certamente uma das maiores do mundo, até porque são poucas”, afirma o CEO.

Gregory Goldfinger Kopenhagen, CEO da GoldKo e neto de David Kopenhagen, fundador da famosa empresa de chocolates homônima

O restante do investimento foi destinado para acelerar o modelo de franquia. Segundo Gregory, há grande interesse de empresários em abrir novas unidades. “Hoje nosso gargalo não é industrial, não é de ‘lead’ de franqueamento, ele é muito mais em encontrar bons pontos comerciais. A gente não vai abrir lojas em pontos mais ou menos.”

O CEO assinala que, para além da saudabilidade, os múltiplos canais de venda são outra diferença essencial em relação a antiga empresa da família, a Kopenhagen.

Enquanto a empresa que pertenceu à família é focada em lojas próprias e franquias, a GoldKo tem cerca de 85% da sua receita em varejistas como supermercados e farmácias, além de uma estratégia de e-commerce que responde por cerca de 5% das vendas.

Loja da Goldko (Crédito:Divulgação)

O franqueamento é no entanto o motor para a expansão futura. “Quando a gente olha para frente, todas as unidades de negócios crescem bastante, em torno de 50% ao ano, mas a gente entende que franquia deve passar ou se igualar com o negócio de varejo”, diz Gregory. A empresa possui hoje sete lojas em funcionamento. Perguntada, ela não respondeu sobre seu faturamento anual por questões estratégicas.

Outro orgulho dos fundadores é um trabalho contínuo de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. Segundo o CEO, o marshmallow cremoso da empresa, por exemplo, foi o primeiro do tipo sem açúcar no mundo. Hoje, são 63 produtos divididos em cinco categorias: chocolates, marshmallows, barras de proteína, e os recém lançados sorvetes e cafés, especialmente para as lojas.