O enfoque do urbano é o ponto em comum das obras de duas artistas visuais que uniram seus trabalhos na exposição Mil histórias, duas rotas, aberta na noite dessa terça-feira (14), no Centro Cultural Justiça Federal, no Rio de Janeiro. São 34 pinturas que mostram um recorte das trajetórias de Bet Katona e Roberta Cani, em diálogo na mesma temática, mas com histórias e vivências distintas.

A húngara Bet Katona, nascida em 1954 e vivendo no Brasil desde 1962, teve sua formação na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, a mesma instituição onde estudou a carica Roberta Cani, nascida em 1961. Enquanto Bet cria observando elementos da cidade, seja ao vivo ou por meio de fotos, ou ‘viajando’ pela internet, Roberta, cinéfila, elabora seus temas a partir dos filmes que assiste.

“Minhas obras são elaboradas a partir da observação do cotidiano, mas também a partir de lembranças minhas. O semáforo, a caixa d’água, o posto de gasolina, a paisagem com postes em perspectiva, entre outros elementos, são desenhos de memória”, conta Bet sobre seu método de trabalho. Já Roberta busca de outro modo a inspiração: “assisto a diversas produções, tanto antigas, quanto atuais, captando aqueles frames que mais me impactam e os fotografo”, explica.

Para o curador da mostra, Ivair Reinaldim, as rotas traçadas por meio das pinturas – em acrílico sobre tela e óleo sobre tela – das artistas sugerem diferentes combinações, a partir dos percursos que cada espectador faz na exposição. “Sejam duas ou mil, variáveis são as rotas e as histórias a serem identificadas nessa trama”, destaca.

A exposição Mil histórias, duas rotas fica em cartaz até 14 de janeiro de 2018 e pode ser visitada, com entrada franca, de terça-feira a domingo, das 12h às 19h. O Centro Cultural Justiça Federal fica na Avenida Rio Branco, 241, no centro do Rio.