24/08/2020 - 14:55
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, espera que sua indicação oficial como candidato dos republicanos nesta segunda-feira (24) impulsione sua campanha para obter a reeleição em 3 de novembro contra seu rival democrata Joe Biden, favorito segundo as pesquisas.
Sem surpresa, os 330 delegados do Grand Old Party reunidos em Charlotte, Carolina do Norte, indicaram o presidente como seu candidato no primeiro dia da convenção republicana.
Um a um, os representantes republicanos de cada um dos 50 estados americanos, começando em ordem alfabética pelo Alabama, anunciaram seu apoio ao presidente.
O limite de 1.276 votos necessários para ganhar a indicação foi ultrapassado pouco depois do meio-dia.
O presidente chegou pouco depois na convenção de Charlotte, ansioso por diferenciar-se de seu rival democrata Joe Biden, recluso em sua residência em Delaware devido à pandemia de COVID-19.
“Esta é a eleição mais importante da história de nosso país”, disse Trump no início de seu discurso.
Viciado em provocar, enquanto os presentes gritavam “mais quatro anos”, o presidente respondeu: “se quiserem deixá-los loucos, digam mais 12 anos”.
Trump está atrás nas pesquisas, que colocam Biden como favorito, em um momento em que seu governo enfrenta forte pressão pela gestão da pandemia, que deixa cerca de 176.000 mortos no país e uma economia em crise, com milhões de desempregados.
Diferentemente do Partido Democrata, que concluiu a indicação de Biden na quinta-feira e foi majoritariamente virtual, a convenção republicana será marcada por um peso maior das atividades presenciais.
O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, tomou a palavra durante a votação para defender a reeleição.
“Estados Unidos precisa de mais quatro anos de Donald Trump na Casa Branca”, disse o vice-presidente.
– Uma convenção com Melania, Eric e Ivanka –
A programação conta com especial preponderância dos familiares de Trump. Além de sua esposa Melania, seus quatro filhos adultos estão entre os principais oradores do evento: Donald Jr, Eric, Tiffany e Ivanka.
Sua equipe de campanha aposta que a convenção da Carolina do Norte será “muito otimista e alegre”, afirmou no domingo o assessor Jason Miller ao canal NBC.
O objetivo também é defender a administração do 45° presidente da história dos Estados Unidos, muito questionado pela gestão da pandemia de COVID-19 e que não pode contar mais com o que sua campanha apresentava como seu principal ativo e eventual carta de triunfo: a boa saúde da economia.
“Vamos mostrar o impacto que o governo Trump-Pence teve sobre as pessoas reais”, declarou ao canal Fox News Kellyanne Conway, assessora próxima de Trump que anunciou sua saída do cargo no final do mês por motivos familiares.
A convenção também reservou espaço para vários oradores afro-americanos, incluindo Tim Scott, o único senador republicano negro, em uma tentativa de chegar a uma comunidade majoritariamente hostil ao partido de Trump.
O discurso de Trump também é muito aguardado, quando deve falar sobre seu programa para os próximos quatro anos.
Questionado no domingo sobre o tema pela Fox News, Trump foi bastante evasivo mais uma vez. Se for reeleito o que faria de forma diferente? “Eu reforçaria aquilo que já fiz e faria coisas novas”, respondeu.
Do Oriente Médio, onde está para uma visita de cinco dias, o secretário de Estado Mike Pompeo deve ressaltar os avanços diplomáticos registrados durante a administração Trump, um discurso incomum neste tipo de evento.
Na quinta-feira, com um discurso no jardim da Casa Branca, o presidente aceitará oficialmente – pela segunda vez – a indicação do partido.
Mas antes ele já terá discursado em cada dia do evento, quando habitualmente os candidatos falam ao público apenas no ato de encerramento.
A utilização da Casa Branca gerou polêmica devido ao fato de romper com a tradição de separar as ações do governo das ações de campanha.