Serviços financeiros | B3

Nos últimos anos, o investidor brasileiro começou a perceber a importância de adotar o planejamento financeiro em sua vida. Havia uma espécie de despertar em relação à necessidade de o empreendedor conhecer o mercado de capitais. É crescente o número de investidores pessoa física, com destaque para os mais jovens. Houve uma transformação no seu perfil e um avanço constante. Exemplo: em 2018 o número de investidores pessoa física (PF) na B3 somava 700 mil. Em dezembro de 2022 houve um salto de 614%, atingindo a incrível marca de 5 milhões. Segundo o CEO da B3, Gilson Finkelsztain, a cada dia mais pessoas decidem buscar oportunidades de diversificação. “O mercado, por outro lado, tem feito a sua parte ao se tornar mais acessível aos investidores em termos de produtos, experiência e acesso à informação”, afirmou. Pesa a favor desse interesse crescente por investimentos na bolsa de valores o ambiente macroeconômico do País.

O Banco Central tem sinalizado para uma gradual queda dos juros, o que pode favorecer o aumento da demanda por ações. “Sem dúvida, esse cenário traz uma perspectiva de maior interesse por produtos de renda variável e aplicações mais sofisticadas do investidor que busca ampliar seus rendimentos”, disse.

Desde 2018, o mercado vem se modernizando, tanto pelas novas oportunidades de captação de negócios, como na variedade de segmentos de clientes locais e estrangeiros. Tal combinação, avalia o executivo, é vital para aproximar o País dos centros mais desenvolvidos.

O CEO entende que, se houver menos incertezas externas, o Brasil terá uma vantagem competitiva baseada em dois fatores: a diminuição da inflação global e um pouso suave da economia americana, com sinalização de que a taxa de juros não suba, mais a redução de dúvidas quanto ao impacto de um crescimento menor da economia chinesa nos mercados. “Estou confiante de que o Brasil conseguirá atrair mais fluxos para ativos de risco, sobretudo se confirmada uma agenda fiscal responsável e a continuação de reformas.”

“Estou confiante de que o Brasil conseguirá atrair mais fluxos para ativos de risco, sobretudo se confirmada uma agenda fiscal responsável e a continuação de reformas.”
Gilson Finkelsztain, CEO da B3

Segundo Finkelsztain, entre 2019 e 2021, o mercado de capitais passou por uma transformação com a chegada de novos investidores PF interessados em produtos de renda variável, sobretudo por conta do cenário de juros baixos.

Foi um movimento acompanhado de expansão de ativos como os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) — certificados de ações emitidos por empresas estrangeiras —, os FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) e os ETFs (Exchange Traded Funds), fundos atrelados a determinados índices, por exemplo. Esse quadro trouxe uma situação peculiar.

Houve mudança da dinâmica de produtos disponíveis para os clientes, aliado a um movimento de transformação no setor de distribuição, com a digitalização e a ampliação da oferta de corretoras, por exemplo”, afirmou.

Entre 2020 e 2021, a B3 contabilizou mais de 70 IPOs, um número bastante atípico para apenas dois anos, segundo Finkelsztain. “Em 2023, o que temos visto predominantemente são as ofertas subsequentes de ações, os follow-ons. Ao todo, 17 companhias fizeram ofertas do tipo na B3 neste ano, movimentando mais de R$ 29 bilhões e confirmando a força do mercado de capitais para seguir auxiliando o crescimento dessas empresas”, disse.

Jornada

Finkelsztain aponta a tecnologia como parte imprescindível no trabalho de tornar os investimentos mais acessíveis. “A B3 é uma empresa de tecnologia. Ela, aliada a processos bem estruturados, assegura o funcionamento do mercado. Por isso, temos feito esforço contínuo de melhoria e evolução das nossas plataformas”, afirmou.

Nesse sentido, foram firmadas parcerias importantes com empresas globais como Microsoft, Nasdaq e Vermiculus, em busca de novas tecnologias, como nuvem e inteligência artificial.

A B3 também evoluiu na área de produtos digitais que estão “na palma da mão das pessoas”. Em 2020, lançou o Hub de Educação Financeira. Em 2021, houve transformação da Área do Investidor, local onde é possível acompanhar os investimentos de forma consolidada em um só lugar. Em 2022, entrou no ar o site B3 Bora Investir, com notícias e conteúdos sobre o mercado. Este ano, mais uma novidade: o aplicativo HUB3, em parceria com a Nelógica, que reúne notícias, cursos, influenciadores e dados do mercado.

“Além disso, anunciamos recentemente uma parceria com a Microsoft, para o desenvolvimento de uma ferramenta de inteligência artificial generativa que ajuda o investidor com conteúdo focado em educação financeira”, afirmou Finkelsztain. “São avanços importantes como esses que ajudam a transformar e aprimorar a jornada do investidor.” E como efeito direto tornar a bolsa ainda mais atraente.

A informação é um trunfo essencial para a B3. No caso, o Hub de Educação Financeira transmite conteúdos gratuitos para as pessoas conquistarem mais conhecimento em diversos níveis, da organização de finanças pessoais ao funcionamento do mercado.

Desde 2022, a B3 tem como estratégia ser uma “empresa ambidestra”, ou seja, focar esforços em seu core business e detectar outras oportunidades. Isso possibilitaria a vinda não apenas de novos negócios em infraestrutura de mercado, como também tornar o próprio core business mais leve e flexível, ao responder às demandas do mercado com agilidade e eficiência.

E quais seriam esses novos negócios? Finkelsztain enumera: “A oferta de soluções baseadas em Dados & Analytics, potencializada pelas aquisições da Neoway e da Neurotech pela B3; B3 Digitas, empresa focada em ser uma plataforma de infraestrutura para criptoativos, que lançamos neste ano; e o fundo de venture builder L4, por meio do qual procuramos boas oportunidades no ecossistema de inovação em empreendedorismo”. Horizonte incrível que acena com novas conquistas para a B3.