23/11/2017 - 19:16
Com o crescimento da venda de veículos em 2017, a fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo voltou a produzir em três turnos, ritmo que não se via desde meados de 2015, quando a operação teve de ser reduzida em razão da crise econômica. Nesse período, a produção se limitou a dois turnos e a quatro dias da semana. Em agosto, houve um retorno aos cinco dias da semana.
A volta da fábrica a uma operação em três turnos representa mais um passo da empresa no plano de atingir, até 2020, na soma de todas as suas três fábricas de veículos no País, uma produção de 800 mil automóveis por ano, mais que o dobro do volume alcançado no ano passado, de 324,6 mil de unidades, mas ainda abaixo do recorde de 2010, de 1 milhão de unidades.
O avanço em São Bernardo do Campo é impulsionado pela produção do novo Polo, que começou a ser vendido em novembro, e pelo início de fabricação do Virtus, sedã lançado neste mês que chegará às concessionárias em janeiro de 2018. “Com o Polo e o Virtus, estamos iniciando a maior ofensiva de produtos da Volkswagen do Brasil de todos os tempos”, disse o presidente da montadora no Brasil, Pablo Di Si. Os novos modelos receberam investimento de R$ 2,6 bilhões, como parte de um plano da empresa para investir R$ 7 bilhões no País até 2020.
Apesar dos investimentos e do aumento na produção, a empresa ainda não projeta contratações. “A indústria tem 44% de ociosidade, então temos muito para recuperar antes de começar a pensar em contratação. Temos algumas áreas específicas que precisam de novos quadros, outras não. Por enquanto nós vamos administrando de acordo com a demanda do mercado”, afirmou Di Si na semana passada.
A Volkswagen foi a montadora que mais perdeu espaço no Brasil durante a queda do setor de veículos nos últimos quatro anos, saindo do segundo lugar nas vendas em 2013, quando tinha 18% de participação de mercado, para o terceiro lugar em 2016, com 11%. Enquanto as vendas do setor como um todo tiveram queda de 46% nesse período, as da Volkswagen recuaram 70%. Isso ocorreu porque a marca alemã é uma das que estão mais expostas ao consumidor de menor renda, que foi o mais afetado pela crise econômica.
Agora, com a retomada do mercado de veículos em 2017, que cresce a um ritmo de 9% no acumulado de janeiro a outubro, a Volkswagen tem se beneficiado. As vendas da marca no Brasil acumulam alta de 16% no período, elevando a participação de mercado para 12%, mas ainda em terceiro lugar. A meta da montadora é chegar à liderança até 2020, com 16% ou 17% do total das vendas.
As exportações também têm ajudado a Volkswagen a elevar sua produção. Maior exportadora entre as montadoras instaladas no Brasil, a empresa vendeu 132,9 mil veículos para o exterior no acumulado de janeiro a outubro deste ano, crescimento de 69% em relação a igual período do ano passado. A Argentina é o principal destino das vendas.