27/05/2025 - 17:53
Com recuperação de fluxo após o feriado de segunda-feira nos Estados Unidos, o Ibovespa emendou nesta terça-feira, 27, o terceiro ganho e voltou a renovar no intradia máxima histórica, aos 140.381,93 pontos, em sessão na qual o avanço em Nova York chegou a 2,47% (Nasdaq) no fechamento. Por aqui, a boa notícia foi a leitura abaixo do esperado – e praticamente no piso das estimativas para o mês – da prévia da inflação oficial de maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15).
A curva do DI cedeu, o dólar fechou em baixa de 0,53%, a R$ 5,6457, e o Ibovespa subiu 1,02%, aos 139.541,23 pontos no encerramento do dia – o terceiro maior nível de fechamento da história.
Após ter ficado na segunda-feira em R$ 10,9 bilhões, o giro financeiro subiu nesta terça a R$ 23,0 bilhões na B3. Na semana, o Ibovespa sobe 1,25% e, no mês, tem alta de 3,31%, colocando o ganho do ano a 16,01%. Na ponta do índice na sessão, Vamos (+9,69%), Assaí (+7,61%) e CVC (+6,67%). No lado oposto, CSN Mineração (-5,80%), Petz (-4,15%) e BRF (-3,52%). Entre as blue chips, o dia foi majoritariamente positivo, à exceção de Vale (ON -0,31%), a ação de maior peso no Ibovespa. Petrobras subiu 0,96% na ON e 0,73% na PN, enquanto a alta entre os maiores bancos chegou a 2,04% (Bradesco PN) no fechamento, à exceção de Banco do Brasil (ON -0,41%).
“Entre as principais altas do dia, tivemos empresas cíclicas e com maior alavancagem, uma vez que inflação mais baixa favorece o movimento de fechamento da curva de juros, o que tem efeito no custo da dívida dessas empresas. Do lado negativo, o destaque foi CSN Mineração, após um banco estrangeiro Morgan Stanley ter alterado a recomendação para a ação da empresa, para ‘venda'”, diz João Paulo Fonseca, head de renda variável da HCI Advisors.
Até aqui, maio se aproxima do ganho observado pelo Ibovespa em abril (3,69%), estendendo assim a série positiva iniciada em março, quando o índice da B3 avançou 6,08%. Em novo pico nominal, um pouco acima dos 140 mil pontos nas máximas históricas atingidas no mês, o desempenho tem sido impulsionado pelo fluxo de capital estrangeiro para a Bolsa – cerca de R$ 20 bilhões no ano e em R$ 9,6 bilhões em maio – até a última sexta-feira, um dia após o anúncio do IOF, ressalta Jonatas Pires Faura, especialista em alocação de ativos na WIT Invest.
“E também pelo mercado ver que a Selic pode não ter mais espaço, ou necessidade, de subir – ou seja, já estamos próximos da Selic terminal”, conforme os mais recentes sinais do Banco Central, acrescenta Faura.
“Lá fora, o adiamento de tarifas que os Estados Unidos haviam anunciado para a União Europeia continuou a ajudar hoje, com o capital estrangeiro ainda chegando ao Brasil com a realocação global de ativos, o que contribuiu para o Ibovespa buscar e atingir novo recorde intradia”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, singularizando Vale no campo negativo, pelo ajuste do minério nas últimas três sessões por conta de certa retomada de cautela em relação ao setor imobiliário na China, com estoques de imóveis elevados por lá.
Além disso, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou, na segunda, que a indústria global do aço está sob forte pressão devido ao avanço do excesso de capacidade, que pode comprometer a sustentabilidade do setor nos próximos anos.