26/08/2020 - 9:31
A economia britânica vai perder 22 bilhões de libras (US$ 29 bilhões) em 2020, devido ao impacto da pandemia no turismo e nas viagens de negócios, ameaçando até três milhões de empregos – alertou o Conselho Mundial de Viagens e turismo (WTTC), nesta quarta-feira (26).
Dois meses depois do fim do confinamento, o Reino Unido continua privado da maioria de seus visitantes estrangeiros, desestimulados pela prevalência do coronavírus e pela quarentena aplicada a viajantes de países como os Estados Unidos, ou destinos europeus como Espanha e França. O cenário também desencoraja os britânicos de viajarem para o exterior.
O WTTC, órgão com sede em Londres que defende os interesses do setor, estima que os gastos dos visitantes internacionais diminuirão em 78% em 2020, na comparação com 2019, ou seja: £ 60 milhões por dia, £ 420 milhões por semana, ou £ 22 bilhões no conjunto do ano.
O setor de turismo gerou um total de £ 200 bilhões no Reino Unido em 2019, 9% da economia do Reino Unido, e foi responsável por 4 milhões de empregos, ou 11% do total de trabalhadores do país.
O WTTC alerta que, na pior das hipóteses, cerca de 3 milhões de empregos podem estar em risco, em função do colapso do turismo este ano.
Londres é particularmente vulnerável, uma vez que cerca de 85% do gasto turístico na capital é feito por estrangeiros.
Segundo a presidente do WTTC, Gloria Guevara, “pode levar anos” até que o Reino Unido se recupere das perdas causadas pela pandemia.
A situação “também pode ameaçar a posição de Londres como uma das principais cidades do mundo para viagens de negócios e turismo”, alerta.
Nesse contexto, o WTTC defendeu o fim das medidas de quarentena e que sejam substituídas por testes de detecção de COVID-19 para restabelecer a confiança dos viajantes.
Já a VisitBritain, a agência de promoção do turismo do Reino Unido, previu na terça-feira (25) uma redução de 73% no número de visitantes, para 11 milhões, em 2020.
Os gastos cairão em 79%, para £ 6 bilhões, o que representa uma redução de £ 24 bilhões em relação a 2019.