O setor de energia elétrica é um dos mais regulados do País, com tarifas controladas e ampla fiscalização por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Por isso mesmo, crescer nesse ambiente não é uma tarefa das mais triviais. Os investimentos não podem ser postergados ou simplesmente deixados de lado, uma vez que é preciso cumprir as metas de qualidade estabelecidas pela agência reguladora. Ao mesmo tempo, é preciso controlar os custos para que a operação se torne rentável. 

 

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E é justamente nesse cenário que três concessionárias vêm se destacando com bons indicadores, o que as transformou em vencedoras no ranking setorial de AS MELHORES DO MIDDLE MARKET, nas áreas de geração, transmissão e distribuição. Na distribuição, o destaque é a Empresa Luz e Força Santa Maria, que atua na região noroeste do Espírito Santo. A companhia registrou receitas de 

R$ 137,7 milhões em 2012, crescimento de 12% em relação ao ano anterior. Já o lucro deu um salto de 149%, chegando a R$ 47,6 milhões. O empresário Arthur Coutinho, presidente da empresa e filho do fundador, explica que o resultado contou com uma compensação financeira que foi feita no ano passado. 

 

?Foi uma compensação por custos passados?, diz Coutinho. No entanto, ele lembra que, independentemente disso, a receita da empresa deve continuar a crescer, até porque a instalação de novas indústrias na região elevará o número de clientes. ?Dessa forma, é inevitável o crescimento do consumo?, afirma. Na esteira do crescimento do consumo industrial, a empresa deve atingir no ano que vem a marca de 500.000 MWh. Isso significa que a Santa Maria deixará de ser uma distribuidora de pequeno porte. Com isso, na prática, ela não poderá mais comprar energia pelo preço médio das tarifas da Aneel e terá de acessar os leilões de energia. 

 

?Será um grande desafio para nós porque a energia está cada vez mais cara, por causa do uso das térmicas?, afirma Coutinho. Vencedora na área de transmissão, a STN ? Sistema de Transmissão Nordeste também tem pela frente um cenário desafiador para administrar 546 quilômetros de linhas. A empresa é fruto de uma parceria entre a Alupar Investimento (51%) e a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf, com 49%) para a exploração do segmento na região Nordeste. As linhas de transmissão, que passam por Piauí e Ceará, atendem os geradores, distribuidores e consumidores de energia que estão conectados ao sistema interligado nacional. 

 

Foi esse grupo de clientes que permitiu à empresa alcançar uma receita de R$ 134,6 milhões em 2012, um avanço de 7% na comparação com o ano anterior. Parte desse aumento é proveniente do reajuste anual que é promovido após autorização da Aneel. Já o lucro chegou a R$ 84,1 milhões, crescimento de 5%. Com reajustes anuais garantidos pelo contrato de concessão, a STN espera que 2014 seja um ano promissor, com a adoção de novos processos que possam garantir o aumento de produtividade e um elevado nível de disponibilidade. ?Em 2013, o índice de disponibilidade do funcionamento das linhas chegou a 100%?, diz Eduardo Albuquerque Figueiredo, diretor-financeiro da STN. Anteriormente, estava próximo de 99%. 

 

A companhia também está de olho em novas concessões no setor de transmissão que devem ser promovidas pela Aneel ao longo de 2014. A empresa não comentou quais são os potenciais alvos nem se tem interesse em atuar em outras regiões. Além dessa ampliação de mercado, a STN precisará atender aos requisitos do Plano de Expansão do Setor Elétrico, que estabeleceu prazos para a expansão do sistema. Cabe às transmissoras implementar novas linhas. Em relação à expansão, o que mais turbina as concessionárias do setor é o crescimento da atividade econômica. 

 

Segundo o presidente da Enerpeixe, Julio Galvão de Araújo Júnior, esse é um fator que pode elevar o número de clientes da empresa de geração energética. ?Temos contratos bilaterais com clientes cativos, mas estamos estudando novas oportunidades de mercado?, diz Araújo. ?De fato, o crescimento econômico deverá influenciar na oferta de energia elétrica.? A empresa, cuja usina fica em Peixe (TO), é uma sociedade de propósito específico (SPE) controlada pela portuguesa EDP Energia, que possui uma participação de 60%. Os outros 40% estão com a Eletrobras Furnas. 

 

No momento, os esforços da Enerpeixe estão voltados para o cumprimento dos indicadores técnicos de desempenho, que contribuem para elevar a disponibilidade de energia, e a administração dos custos da operação. ?É uma forma de maximizar os resultados financeiros em um cenário exigente como o setor elétrico brasileiro?, diz Araújo Júnior. Em 2012, as receitas chegaram a R$ 395,2 milhões, alta de 10,4% ante 2011. Já o lucro avançou 16,7%, para R$ 190 milhões. De acordo com o executivo, graças a esses resultados positivos, a Enerpeixe terá fôlego para continuar se expandindo. ?No ano que vem, continuaremos a fazer investimentos para modernizar os sistemas e melhorar os resultados?, afirma. 

 

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Confira todas as matérias do “AS MELHORES DO MIDDLE MARKET”:


– Os gigantes do futuro, aqui e agora

– Dudalina é a melhor do Middle Market

– As 500 maiores do Middle Market

– Como foram eleitas as melhores do Middle Market

– O trivial bem-feito

– O desafio da inovação

– De carona na infraestrutura

– Coca-Cola na mesa do paraense

– Experiência contra turbulências

– A loja do povo

– O bendito agronegócio

– Na trilha do crescimento

– Mais estradas abertas

– Base sólida para crescer

– Sala de aula cheia

– O papel das embalagens

– A fórmula de R$ 1 bilhão

– Uma questão de saúde

– Tradição e modernidade juntas

– O lixo que vale ouro

– Enfrentando a maré baixa

– O aço da economia

– Mais farinha neste macarrão

– Um porto carga pesada

– Embalada no sucesso

– Com sorriso aberto

– Sombra e água de coco

– Química de resultados

– Lucro com água e esgoto

– A criatura supera o criador

– O expresso acelerado

– Costurando o futuro

 

 

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