09/01/2019 - 17:17
O comandante da Marinha, almirante de esquadra Ilques Barbosa Junior, saudou nesta quarta-feira, dia 9, o presidente da República, Jair Bolsonaro, com o slogan recém-lançado pelo novo governo – “Pátria Amada, Brasil”. Ao assumir o comando da Marinha, Ilques citou a frase do governo federal como um “rumo a seguir”.
“Ao excelentíssimo senhor presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, expresso minha gratidão pela inequívoca confiança na minha nomeação para o comando da Marinha e presto continência renovando o compromisso desta Força com a defesa da Pátria, garantia dos poderes constitucionais e, pela iniciativa de qualquer desses, da lei e da ordem. A Marinha está prestada, como sempre esteve, para o fiel cumprimento de suas determinações, tanto nas missões relacionadas ao emprego da força, como nas imprescindíveis atividades vinculadas ao desenvolvimento econômico e social. Rumo a seguir: Pátria Amada, Brasil”, discursou o novo comandante, dirigindo-se a Bolsonaro.
Lançados na sexta-feira passada, o slogan e a logomarca já estão sendo usadas nas cerimônias públicas do governo federal. A imagem estampava painéis confeccionados para a transmissão do cargo, realizada no Clube Naval, em Brasília. Em outros momentos do discurso, o almirante citou distintos gritos de guerra e lemas das Forças Armadas, como “Tudo pela Pátria”, “Atlântico”, “Selva”, e “Senta a pua”.
Ex-comandante da Marinha, o almirante de esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira agradeceu nominalmente aos ex-presidentes Michel Temer e Dilma Rousseff pelo período em que comandou a Força. Ele repetiu citações presentes também no discurso de despedida da Aeronáutica do brigadeiro do ar Nivaldo Luiz Rossato, ex-comandante. Na semana passada, Bolsonaro omitira os dois antecessores em discurso público durante a posse do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.
EUA
O novo comandante também cumprimentou a presença de representantes do comando da 4ª Frota do Comando Sul dos Estados Unidos e disse estar ao lado dos americanos há três guerras mundiais. “Nós estivemos juntos em três guerras mundiais, essa é a parceria que nós estamos dando continuidade”, afirmou Ilques. Ele depois explicou que se referia ao alinhamento com o “mundo ocidental” durante a Guerra Fria: “Não mencionei uma 3ª Guerra Mundial. Disse do ponto de vista histórico. Nós participamos da 1ª Guerra Mundial, a Marinha do Brasil participou em apoio aos Aliados. Na 2ª Guerra Mundial, a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira, nós combatemos ao lado dos aliados pela democracia, contra a tirania. E durante a Guerra Fria nós estávamos de um lado. Nós somos do mundo ocidental. É importante termos laços de amizade e profissionais com a Marinha dos Estados Unidos da América, com a França, a Alemanha, a Inglaterra, a Itália, a Espanha, Portugal, nossa orientação é a Escola de Sagres.”
Segundo o comandante, Bolsonaro tirou de pauta a instalação de uma base militar dos Estados Unidos no Brasil. “Com relação ao assunto base militar, o senhor presidente já falou que não está na pauta. Esse é um tema do âmbito político, e o meu âmbito é o preparo e emprego da Força”, afirmou o almirante, nomeado hoje durante cerimônia no Clube Naval, em Brasília.
“Na verdade, esse assunto o Congresso Nacional, sua excelência o presidente da República conduz no nível político, nós conduzimos no nível Forças Armadas e isso está sendo feito.” O almirante Ilques disse que a Marinha já tem parceria militar com os Estados Unidos e que, portanto, esse “não é um tema que se impõe”.
Ele citou operações conjuntas com a armada dos EUA por meio da 4ª Esquadra, vinculada ao Comando Sul americano, responsável pela área do Caribe e América do Sul. O general enumerou missões nos Oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. O comando americano enviou representante para a cerimônia de posse de Ilques. “Nós operamos com a Marinha dos Estados Unidos, a inglesa, a italiana, marinhas que estão conosco há muitos e muitos anos”, afirmou o comandante.
Alcântara
O almirante afirmou que considera de suma importância a exploração comercial da base de lançamentos espaciais de Alcântara (MA) com os Estados Unidos e qualquer país que deseje usar o ponto. Os Estados Unidos negociam um acordo de salvaguardas tecnológicas com o Brasil para explorar a base brasileira – que depende de aprovação no Congresso Nacional.
“Estamos lutando para recuperar um tempo perdido muito grande”, disse Ilques. “A exploração comercial da base de Alcântara interessa à ciência e aos brasileiros”.