Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – O comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, afirmou nesta quinta-feira que a força terrestre trabalha sob “o sagrado manto da hierarquia e da disciplina” e é uma perpétua defensora dos interesses nacionais, em solenidade do Dia do Soldado em Brasília que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Continuem espelhando-se em nosso patrono, o marechal e glorioso duque, sempre firmes e coesos, sob o sagrado manto da hierarquia e da disciplina, para que o Exército brasileiro, perpétuo defensor dos interesses nacionais, permaneça servindo à nação e seja reconhecido por seu patriotismo vibrante, pela busca da modernidade e pelo eficiente e permanente estado de prontidão na garantia de nossa soberania!”, disse Gomes.

O comandante da força afirmou ainda esperar que a “legalidade, a legitimidade e a estabilidade” continuem como “valores centrais, sempre em respeito ao povo e a nossa amada nação”.

Gomes destacou ainda que a calúnia jamais maculou a glória de Caixas –patrono do Exército– quando mencionou que pode ter havido tentativa de “manchar nossa honra” com “verdades transfiguradas, notícias infundadas e tendenciosas ou narrativas manipuladas”.

Bolsonaro, que tenta a reeleição, não discursou durante a cerimônia –ele também ficou em silêncio no ano passado.

Naquela ocasião, o então comandante do Exército e atual ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, afirmou que a força terrestre estava comprometida com os anseios da sociedade brasileira por tranquilidade e estabilidade.

“O momento desta justa homenagem aos soldados, que muito contribuíram e contribuem para a unidade e a grandeza do Brasil, nos motiva a reafirmar o compromisso com os valores mais nobres da pátria e com a sociedade brasileira em seus anseios de tranquilidade, estabilidade e desenvolvimento”, disse Nogueira, na ocasião.

Cada um a seu modo, o presidente e o hoje ministro têm defendido aperfeiçoamentos ao sistema eleitoral de votação em urnas eletrônicas. Sem apresentar evidências de supostas falhas, Bolsonaro já fez duros ataques ao sistema, valendo-se em parte da ascendência hierárquica que tem sob os militares. Ele chegou a insinuar que poderia não aceitar uma eventual derrota na disputa.

As Forças Armadas participam de uma comissão criada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para discutir e melhorar as urnas eletrônicas. A maior parte das sugestões feitas por eles foi atendida pelo TSE para as eleições de outubro.

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