31/08/2018 - 7:16
“Eu era um aluno muito largado, não me importava com quase nada e só queria saber de jogar bola. Mas aí a professora me mostrou um caminho diferente”, conta Hendrey Helmer, de 19 anos, ex-aluno de uma escola estadual de Serra, na Grande Vitória. “Saí do ensino médio e fui direto para a faculdade.”
Na rede estadual do Espírito Santo, líder do País no ensino médio, programas para levar jovens de volta à sala de aula e com foco na gestão escolar fizeram a diferença nos resultados. Na edição de 2017 do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), prova do Ministério da Educação (MEC), o ensino público capixaba teve 281 em Matemática (ante 260 na média nacional) e 277 em Português (ante 260 no ensino médio público do País).
“Vivíamos uma realidade complicada, mas conseguimos superar. Em 2016, nossa evasão escolar chegou a 12% e agora zeramos”, explica Ramon Barcellos, diretor da Escola Vila Nova de Colares, onde Helmer foi aluno. Esse é um dos colégios onde funciona o Programa Jovem do Futuro, parceria do Instituto Unibanco com o governo estadual, que tem o objetivo de transformar escolas de forma democrática e participativa.
“Identificamos os problemas da comunidade e discutimos formas de atingir quem está do lado de fora. Nas salas, mudamos métodos de ensino com aulas interativas que despertam o interesse do aluno. Criamos projetos, competições, incentivos às profissões”, conta Barcellos. Hoje, o programa está em 240 instituições do Estado.
“Tudo isso faz com que a gente faça parte”, afirma Vinicius Loureiro, de 17 anos, aluno da última série da Vila Nova de Colares, em um bairro violento da região. “Antes, as pessoas não queriam saber da escola.”
Gestão
Para o secretário da Educação do Espírito Santo, Haroldo Rocha, o êxito não se deve à alocação de mais recursos. “Isso é resultado de gestão”, afirma ele, que também destaca a aposta em escolas de tempo integral – há 32 na rede estadual, que tem cerca de 470 unidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.