25/04/2023 - 20:25
CARTUM (Reuters) – Os combates recomeçaram no Sudão na noite desta terça-feira, apesar de uma declaração de cessar-fogo das facções em conflito, à medida em que mais pessoas fugiam da capital Cartum e ex-autoridades, incluindo um acusado de crimes de guerra internacionais, deixavam a prisão.
As Forças Armadas do Sudão (SAF) e as Forças de Apoio Rápido (RSF) paramilitares concordaram com um cessar-fogo de 72 horas a partir de terça-feira, após negociações mediadas pelos Estados Unidos e pela Arábia Saudita.
Mas tiros e explosões foram ouvidos após o anoitecer em Omdurman, uma das cidades irmãs de Cartum no rio Nilo, onde o Exército usou drones para atingir posições das RSF, disse um repórter da Reuters.
O Exército também usou drones para tentar expulsar combatentes de uma refinaria de combustível em Bahri, a terceira cidade na confluência do Nilo Azul e Nilo Branco.
Desde que o Sudão mergulhou na guerra entre o Exército e as RSF em 15 de abril, descarrilando a transição para a democracia civil, os paramilitares se instalaram em bairros residenciais e o Exército tentou atacá-los do ar.
A luta transformou áreas residenciais em campos de batalha. Ataques aéreos e artilharia mataram pelo menos 459 pessoas, feriram mais de 4 mil, destruíram hospitais e limitaram a distribuição de alimentos em um país que já depende de ajuda para um terço de seus 46 milhões de habitantes.
Um projétil atingiu o centro médico Al-Roumi, em Omdurman, na terça-feira e explodiu dentro da instalação, ferindo 13 pessoas, disse um funcionário do hospital.
(Reportagem de Khalid Abdelaziz e El Tayeb Siddig em Cartum; reportagem adicional de Nafisa Eltahir e Aidan Lewis no Cairo; Kylie MacLellan em Londres; Kiyoshi Takenaka, Kantaro Komiya, Nobuhiro Kubo, Mariko Katsumura e Elaine Lies em Tóquio, Steve Holland e Moira Warburton em Washington; Emma Farge e Gabrielle Tetrault-Farber em Genebra)