O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, discursou contra as empresas de combustíveis fósseis nesta quinta-feira, 15. No pronunciamento, ele acusou as companhias de trair as gerações futuras e minar os esforços para eliminar gradualmente um produto que ele chamou de “incompatível com a sobrevivência humana”.

+ Envios de Rússia e México aliviam escassez de combustível em Cuba

Guterres também rejeitou as sugestões de alguns executivos do petróleo – uma delas feita por Sultan al-Jaber, funcionário dos Emirados Árabes Unidos que vai liderar a próxima cúpula climática da ONU em Dubai – de que as empresas de combustíveis fósseis podem manter a produção se encontrarem uma maneira de capturar as emissões de carbono. De acordo com ele, isso apenas os tornaria “destruidores mais eficientes de planetas”.

“Trocar o futuro por trinta moedas de prata é imoral”, repudiou o secretário da ONU, em referência ao lucro líquido recorde da indústria de combustíveis fósseis, que chegou a US$ 4 trilhões no ano passado – dos quais, segundo ele, “apenas 4 centavos foram destinados para energia limpa e captura de carbono”. Guterres pediu às instituições financeiras que parem de financiar projetos de combustíveis fósseis e incentivou aqueles que já o fazem a “não ceder diante dos ataques ao progresso”.