Nesta sexta-feira (17), a Petrobras anunciou um novo reajuste nos preços dos combustíveis a partir de sábado, 18 de junho. Desde quinta-feira (16), quando o aumento foi liberado pelo conselho administrativo da empresa, o Governo Federal tem se movimentado para conseguir a troca do presidente da estatal, José Mauro Coelho.

Ainda ontem o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, procuraram diretamente o presidente da Petrobras para que a estatal recuasse da decisão e cobraram que ele renunciasse imediatamente do comando.

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Com o anúncio oficial dos novos preços, o Palácio do Planalto já passou a analisar “alternativas para forçar a saída” de Coelho na próxima semana. O objetivo, segundo o colunista do G1 Valdo Cruz, é, em seguida, trocar toda a diretoria da empresa.

O governo já escolheu o secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, para assumir a presidência da Petrobras. Coelho, atual presidente, foi demitido há um mês, quando ocorreu a indicação de Paes, mas a troca esbarrou nos trâmites legais definidos para a substituição.

Aumento pode gerar “caos”

O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para criticar o reajuste da Petrobras. Para ele, um novo aumento teria motivações políticas contra seu governo. Ele disse que a decisão pode “mergulhar o Brasil num caos” e citou a greve dos caminhoneiros em 2018, que provocou alta nos preços e desabastecimento.

“Eu só posso entender que seria um reajuste da Petrobras agora interesse político para atingir o governo federal”, afirmou, lembrando que o Congresso discute Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê isenção e redução tributária federal sobre combustíveis e ainda uma compensação a Estados que aderirem a uma redução da incidência de tributos estaduais.