08/08/2012 - 21:00
Os sinais ainda são tímidos, mas alvissareiros. Pela primeira vez no ano, os índices de produção da indústria passaram a embicar para cima, segundo dados do IBGE divulgados na semana passada. O crescimento de 0,2% registrado no período de maio a junho demonstra uma reação do setor e, claramente, vem evidenciando a mudança de humor empresarial. A grande maioria dos investidores trabalha com a convicção de que o segundo semestre será bem melhor. Não a ponto de salvar o ano, mas com chances de empreender um ritmo de avanço do PIB na casa dos 4% nesse período. O que, de uma maneira ou de outra, confirma a recolocação do País no trilho do crescimento sustentável para os próximos anos.
Essa expectativa é acalentada inclusive entre organismos multilaterais como o FMI, independentemente do rumo da crise europeia. Em vários ramos de atividade empreendedores voltaram a cogitar a retirada de projetos da gaveta para a ampliação da produção. O motor desse ânimo foi a série de incentivos oficiais já lançados. O governo segue tentando fazer a sua parte e a presidenta Dilma promete uma safra de novos estímulos a cada semana. O mais recente e relevante deles foi a ampliação do leque de empresas beneficiadas pela desoneração da folha de pagamentos. Medida que desafogou custos e reorientou recursos de diversas corporações para o aumento de competitividade no mercado. De fora também estão chegando boas-novas.
O investimento externo na indústria nacional acaba de bater mais um recorde. O aporte de recursos dessa natureza cresceu 33% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado. Ingressaram no parque produtivo local cerca de US$ 12,9 bilhões e, com a promessa das empresas de telefonia de reforço de investimentos internamente, esse número deverá dobrar até o final de 2012. É no que apostam diversos analistas. O setor automobilístico também voltou a bater recorde de vendas. E o movimento desses dois segmentos representativos da economia já vem servindo para animar empresas que orbitam no seu entorno, como fabricantes de plásticos, alumínio e fornecedores de tecnologia embarcada. É o ciclo virtuoso que retorna com força.