Milhares de pessoas se manifestaram nesta sexta-feira na cidade australiana de Melbourne para exigir dos líderes do mundo uma ação decisiva contra a mudança climática, a dois dias do início da decisiva conferência da COP21 de Paris.

Os organizadores disseram que foram surpreendidos com o número de participantes do evento, um dos 2.000 planejados nos cinco continentes neste fim de semana para pressionar os líderes que estarão na segunda-feira em Paris para impulsionar a negociação.

“Temos pessoas aqui das mais diversas origens, que vieram participar deste momento”, disse Victoria McKenzie-McHarg, da Fundação Australiana para a Conservação.

“Nosso futuro depende de redução da poluição e criar um futuro justo e equitativo para todos”, disse, diante de uma multidão que chegou a 40.000 pessoas, segundo uma contagem da polícia, citada pelo canal de televisão Australian Broadcasting Corporation.

A marcha, no centro de Melbourne, foi liderada por aborígenes e contou com a participação de crianças, agricultores, religiosos, políticos e até mesmo de um grupo que se autodenomina “Anjos do clima”, que usavam ternos brancos e asas emplumadas.

Uma criança levava uma bandeira com o slogan “deixem de bagunçar com o meu futuro”, e outras mostravam frases como “A mudança climática não é legal” ou “não há nenhum planeta B”.

As marchas estão previstas para o fim de semana em várias cidades da Austrália, e muitas outras estão programadas em cidades na Ásia, Europa, África e Américas.

A principal manifestação deve ocorrer em Paris no domingo, perto de onde ocorreram os atentados de 13 de novembro. Foi cancelada por conta do estado de emergência vigente na França desde então, que proíbe concentrações maciças de pessoas por razões de segurança.

No entanto, os ativistas climáticos planejam formar uma corrente humana de dois quilômetros.

Eles planejam quebrar a corrente ao passar pela sala de shows Bataclan, onde um atentado do grupo extremista Estado Islâmico matou 90 pessoas.