07/09/2005 - 7:00
A idéia soa um tanto estranha mas é isso mesmo: que tal comer o próprio cardápio do restaurante? O chef paulistano André Genesini criou um menu de chocolate branco com a fina textura de uma hóstia, afeito à degustação depois de lido. A iguaria é oferecida a grupos de comensais reunidos por Genesini. Como se trata de uma invenção que pegou, há empresas que já produzem em série inusitadas cartas de restaurante. ?Podem ser mais do que uma mera lista de alimentos e bebidas?, diz Pedro Paulo Oliveira, proprietário da PPG Empreendimentos Gastronômicos. A consultoria já confeccionou cardápios usando coadores de café e folhas secas. Não há limites. Para um motel, fez-se um modelo com cheiro de frutas. Para uma casa noturna, usou placas de acrílico e tinta fluorescente.
Com tantas alternativas, é um item que pode pesar no orçamento. Um bistrô de São Paulo, por exemplo, gastou R$ 12 mil em apenas 40 peças, como se fossem obras de arte. Os menus do Canvas, restaurante do hotel Hilton, em São Paulo, são quase isso. Escritos no verso de quadros pintados pela artista S. M. Barbieri, fazem referência explícita ao conceito do local, que periodicamente apresenta exposições de pinturas postas à venda, assim como os cardápios. O resultado é a união da arte culinária com as artes plásticas. Nesse mesmo caminho, há quem trate os cardápios como peças de coleção. O paulistano Togo Tak Pimentel tem mais de 200 unidades. Entre elas há raridades, como o menu do jato supersônico Concorde, desenhado pelo estilista Christian Lacroix. A aeronave fez seu último vôo comercial em outubro de 2003. ?Esse raro cardápio ninguém mais tem a chance de adquirir?, resume Tak.