O Sindicato dos Comerciários de São Paulo pediu ao Ministério Público do Trabalho (MPT) que convoque, em caráter de urgência, a Americanas para uma audiência de mediação de conflito coletivo a fim de debater a situação dos trabalhadores.

O sindicato afirma que a audiência é para tentar resolver, “a princípio, de forma amistosa”, a situação de insegurança que se abateu sobre os funcionários da Americanas. O sindicato paulista representa 500 mil trabalhadores na capital e 2,5 milhões no Estado.

De acordo com a petição, os trabalhadores “estão verdadeiramente apavorados, sem saber o que os aguarda, diante das incertezas e falta de respostas concretas da empresa”. O sindicato, conforme o texto, convocou reunião com a companhia para o dia 19, mas a empresa não compareceu nem deu “um retorno concreto sobre como ficarão as questões ligadas aos trabalhadores”.

O pedido foi feito por meio da Procuradoria Regional do Trabalho, do MPT. Na arguição, o sindicato enfatiza que “milhares de empregados da empresa sofrem iminente risco no que diz respeito à manutenção de seus postos de trabalho, bem como de violação de seus direitos trabalhistas, tais como pagamento de salários, verbas rescisórias, dentre outros, tendo em vista as recentes notícias de graves problemas de ordem econômica, envolvendo cifras astronômicas, gerando incerteza quanto a sustentabilidade financeira da empresa suscitada e consequentemente quanto ao direito dos trabalhadores comerciários”.

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Enquanto isso, o Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro afirma, em seu site, que seu presidente, Márcio Ayer, participou de reunião remota com o gerente de Recursos Humanos e Relações Sindicais da Americanas, Lucio Marques, no dia 23, segunda-feira. Logo depois, Ayer conversou só com sindicalistas. Ficou decidido que haverá um ato no Rio pela preservação dos empregos e dos direitos trabalhistas dos empregados das Americanas, com o local e data da manifestação a serem definidos.

Conforme o sindicato, participaram do encontro representantes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo (Fecomerciários e sindicatos filiados), União Geral dos Trabalhadores (UGT Nacional) e UGT São Paulo, Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (CONTRACS) e Federação dos Comerciários do Rio Grande do Sul.

Os sindicalistas das duas cidades informam que têm visitado unidades das lojas Americanas para falar com os trabalhadores sobre o processo de recuperação judicial da varejista e os direitos dos trabalhadores.