A Sun Chlorella é uma empresa 100% japonesa. Mas bem que podia ser mineira. Discretamente, ela se tornou uma pequena gigante de US$ 200 milhões ao ano com um único e curioso produto: comida de astronauta. Na verdade, trata-se de uma alga chamada chlorella, tão rica em nutrientes e vitaminas que passou a integrar o menu dos americanos que vão ao espaço. E a Nasa até estaria pensando em cultivar a planta na estação espacial internacional. De olho na geração saúde, a Sun Chlorella acaba de desembarcar no Brasil. Esperou nove meses pela aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, abriu um escritório em São Paulo (o 44º no mundo, e o 5º fora do Japão) e contratou 200 vendedores. ?Fizemos planos para os próximos cinco anos?, informa Leonardo Serpa, diretor da filial brasileira. ?Investiremos US$ 3 milhões em marketing e esperamos faturar US$ 10 milhões.?

Cultivada em água doce na Indonésia e processada em Kyoto (Japão), a chlorella serve como um misto de complemento alimentar e multivitamínico. Custa caro. A Sun Chlorella produz 300 toneladas por ano e comercializa o produto na forma de tabletes e líquido, com preços entre R$ 100 e R$ 535. ?Nosso modelo de negócio se baseia na venda direta por telefone?, diz Serpa. ?Nos EUA, porém, já trabalhamos com lojas de produtos naturais, e, no Brasil, tentaremos spas e clínicas de estética.? O executivo diz que a Sun Chlorella não é a única empresa a ganhar dinheiro com essa alga. Mas nenhuma outra a processa de modo que todos os nutrientes permaneçam intactos. ?É um sistema patenteado.? A empresa foi fundada em 1969 por Hideo Nakayama. Ele voltou debilitado da Segunda Guerra Mundial e descobriu na alga in natura um santo remédio para seus problemas de saúde. Quando resolveu industrializá-la, descobriu um pouco mais ? que a chlorella podia ser uma mina de ouro.