A safra de balanços concentra as atenções dos investidores na B3 nesta quinta-feira, 20, de agenda vazia de indicadores, com destaque ao resultado da Vale, cuja ação tem a maior composição na carteira teórica do Ibovespa. Na quarta-feira, o principal indicador da B3 fechou em baixa de 0,95% e perdeu a marca dos 128 mil pontos dos três últimos pregões (127.308,80 pontos).

O principal indicador da B3 abriu em alta, destoando do recuo visto no pré-mercado acionário norte-americano após elevação das bolsas de Wall Street ontem. Aqui, reflete a leitura menos desfavorável do balanço da mineradora, o avanço do minério de ferro na China e do petróleo. Em contrapartida a cautela no exterior, onde as bolsas europeias e os índices futuros acionários cedem, é risco ao Ibovespa.

Nos EUA, hoje saíram os pedidos semanais de auxílio-desemprego, que subiram, sugerindo algum desaquecimento, pontua Ian Toro, especialista de renda variável da Melver. Contudo, diz que ainda é cedo para tomar o resultado como uma tendência, dado que outros indicadores têm vindo fortes. “O S&P 500 tem tido recorde atrás de recorde, sugerindo que a economia americana está bem acelerada. Isso reforça o tom da ata do Fed, de que o banco central americano continuará observando o progresso da inflação antes de cortar os juros”, diz.

Segundo Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3, além de o balanço operacional da Vale ter sido bem recebido, a possibilidade de um novo acordo comercial entre Estados Unidos e China é positivo.

“Tem pontos positivos no balanço da Vale e o P/L, preço por lucro, está muito descontado. Além disso, a volta das negociações entre os dois países tende a aliviar as preocupações, podendo ter impacto para baixo nos juros americanos à frente”, avalia Oliveira, da Blue3.

Ainda que a mineradora tenha apresentado números menores do que esperado, especialistas encontraram no balanço alguns sinais promissores como o fato que a empresa diminuiu custos, reduziu capex, informou que pagará dividendos e que fará recompra de ações. Desta forma e com a elevação de 2,26% do minério de ferro em Dalian, na China, a ação avança quase 2,00%.

No quarto trimestre, a Vale registrou prejuízo atribuível de US$ 694 milhões, revertendo o lucro de US$ 2,4 bilhões em igual período de 2023. Já o lucro atribuível ao acionista pro forma, que inclui arrendamentos, caiu 64% em relação ao período final de 2023, a US$ 872 milhões.

Conforme Ruy Hungria, analista da Empiricus, apesar da queda nas principais linhas do balanço da mineradora (o que já era esperado), algumas surpresas envolvendo dividendos, custos e revisão de Capex deixaram um tom positivo para os resultados. “Por apenas 3,4x Valor da Firma/Ebitda e cerca de 10% de dividend yield, entendemos que Vale faz sentido em uma carteira focada em dividendos, e é por isso que as ações fazem parte da série Vacas Leiteiras da Empiricus”, cita em nota.

Apesar de o Banco do Brasil ter informado lucro líquido ajustado de R$ 37,89 bilhões em 2024, uma alta de 6,6% ante o ano anterior e o maior resultado da sua história, a ação da instituição cai perto de 3,00%, em meio à cautela em relação ao crédito.

Ainda ficam no foco os resultados da Gerdau e Assaí. Após o fechamento dos mercados brasileiros serão informados os balanços de Lojas Renner e B3, entre outros. Gerdau subia 0,40%.

A Gerdau apresentou lucro líquido ajustado de R$ R$ 666 milhões no quarto trimestre de 2024, uma queda de 9% ante o mesmo período de 2023 e de 53,5% sobre o terceiro trimestre. Já Assaí registrou lucro líquido (Pós-IFRS16) de R$ 430 milhões no quarto trimestre de 2024, uma alta de 44,8% em comparação com o mesmo período de 2023. Assai subia 3,66%.

Às 11h27, o Ibovespa subia 0,01% aos 127.317,24 pontos, ante máxima a 127.563,69 pontos, com elevação de 0,20%. Na mínima atingiu 127.063,47 pontos (-0,19%). Petrobras PN zerava alta e ON subia 0,19%.